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FUTEBOL
Semifinal da Libertadores em 2000, decidida nos pênaltis e vencida pelo Palmeiras, deixa sequelas nas equipes
"Duelo do século" ainda marca clássico
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais do que decidir uma vaga
na final do Paulista-2003, Corinthians e Palmeiras dão sequência
hoje a um jogo que parece ainda
não ter acabado.
Em junho de 2000, os arquiinimigos disputaram a partida de
mais alto grau na história dos
confrontos entre os dois clubes,
que acabou virando uma "maldição" para os dois times.
Denominado na época "o jogo
do século", os rivais entraram em
campo em uma terça-feira à noite
para duelar pelo direito de avançar à decisão da Taça Libertadores
da América, o mais importante
campeonato do continente.
De um lado estava o favorito
Corinthians, do técnico Oswaldo
de Oliveira, que foi ao jogo carregando a glória de, poucos meses
antes, ter conquistado o primeiro
Mundial de Clubes da Fifa.
Do outro, o Palmeiras de Luiz
Felipe Scolari, com uma equipe
inferior e já ensaiando uma época
de vacas magras na montagem de
esquadrões milionários. A parceria com a Parmalat estava no fim.
Para escancarar seu favoritismo, o Corinthians havia ganhado
a primeira partida daquela semifinal, por 4 a 3, e precisava do empate no segundo jogo, o decisivo.
Na volta, o Palmeiras, graças a
um gol do polêmico volante Galeano, assegurou uma vitória no
tempo normal, por 3 a 2, e levou a
definição para os pênaltis.
A dramática disputa foi até a última cobrança. O Palmeiras havia
convertido em gol suas cinco batidas. Marcelinho, o mais gabaritado cobrador corintiano, chutou a
derradeira de seu time, que o goleiro Marcos defendeu.
Hoje, quase três anos depois,
aquela dramática partida, vencida
de modo "improvável" pelo Palmeiras, ainda apresenta indeléveis sequelas nos dois times.
Desde então, a média de público
no mais tradicional clássico do
Estado não ultrapassa a marca de
22 mil pagantes, número irrisório
no passado do confronto.
Logo no primeiro Palmeiras x
Corinthians pós-junho de 2000,
pela Copa João Havelange, os dois
rivais atraíram pouco mais de
3.000 pessoas ao Morumbi, o pior
público da história do clássico no
campeonato nacional.
No primeiro jogo da semifinal
deste Paulista, na quarta-feira
passada, Palmeiras e Corinthians
levaram pouco mais de 13 mil
pessoas ao Morumbi.
Os quatro artilheiros do jogo de
2000, Luizão, Euller, Alex e Galeano, atravessaram ou ainda atravessam problemas em suas carreiras. Luizão, que fez os dois gols
corintianos naquela noite, hoje
amarga a reserva no Hertha Berlim, já que o único gol que fez pelo
time, desde sua contratação em
2002, ocorreu na Copa da Uefa
contra um time de Chipre.
Euller e Galeano hoje estão "escondidos" no Japão, enquanto
Alex, depois de uma transação
frustrada com o Parma italiano,
tenta resgatar seu bom futebol no
Mineiro, jogando pelo Cruzeiro.
A "maldição" do duelo da Libertadores sobrou até para o árbitro da partida. Edílson Pereira de
Carvalho foi apanhado com diploma falso e está afastado da arbitragem paulista.
O antes intocável Marcelinho,
depois do fatídico pênalti, teve
uma saída conturbada do Corinthians no ano seguinte e foi parar
no Gamba Osaka, do Japão. Neste
ano, o ex-ídolo da Fiel tentou voltar ao clube em que construiu sua
fama, mas foi recusado. Seu destino foi jogar pelo Vasco.
"Deixamos de chegar a uma final inédita na história do clube.
Em um clássico como Corinthians x Palmeiras, ou você se
consagra e vai para o céu ou você
vai para o inferno", lembrou Marcelinho, ontem.
Marcos, o goleiro herói daquele
confronto, nunca mais ganhou do
Corinthians. O Palmeiras, que hoje está na segunda divisão nacional, nunca mais ganhou do Corinthians, que, por sua vez, saiu daquela Libertadores para um 28º
lugar no Brasileiro-2000.
Colaborou Sérgio Rangel, da Sucursal do Rio
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