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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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FUTEBOL

Entidade anuncia Copa na América do Sul e estuda inchar a competição

Brasil só não vai abrigar a Copa de 2014 se não quiser

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Executivo da Fifa praticamente selou que a Copa-2014 será no Brasil ao anunciar ontem que o Mundial daquele ano acontecerá na América do Sul.
A Folha apurou que o desejo da maioria dos integrantes do Comitê Executivo é dar ao país pentacampeão do mundo a chance de abrigar a competição pela segunda vez -a primeira foi em 1950.
Os três sul-americanos que integram o comitê -o brasileiro Ricardo Teixeira, o argentino Julio Grondona e o paraguaio Nicolás Leoz- acham que é hora de o Brasil voltar a ser sede do torneio.
Grondona lembrou que o país é o único pré-candidato da América do Sul a receber a Copa e o mais credenciado a fazê-lo. O último Mundial no continente aconteceu na Argentina, em 1978.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, que teve nos sul-americanos seus maiores aliados ao se defender de uma série de acusações de corrupção antes da Copa de 2002, também defende o Brasil.
Disse que a economia brasileira tem se fortalecido e que pela tradição no futebol o país já faz por merecer um novo Mundial. Os brasileiros chegaram a pleitear, sem sucesso, receber as Copas de 1986, quando a Colômbia desistiu de organizá-la, 1994 e 2006.
"Hoje [ontem] foi um dia muito feliz. Conseguimos três vitórias importantes, a principal delas a de que o Mundial de 2014 será na América do Sul, o que coloca o Brasil como forte candidato", disse Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, à Folha, por telefone.
Como o de 2002 foi na Ásia, o de 2006 será na Europa e o de 2010 acontecerá na África, o dirigente acha mais do que justo que o de 2014 aconteça no Brasil.
As outras duas notícias que ele comemorou foram o fato de a Fifa já admitir aumentar o número de seleções na Copa da Alemanha, em 2006, e ter aprovado as eliminatórias sul-americanas em 18 datas, no sistema de todos contra todos em turno e returno.
Atendendo a pedido dos sul-americanos, a entidade que dirige o futebol mundial diz que a próxima Copa pode ter 36 e não "apenas" 32 seleções.
Com isso, a América do Sul poderia classificar cinco e não só quatro equipes para o Mundial.
Mas Jerome Champagne, um dos homens-fortes da Fifa, disse que não vê muitas chances de a proposta ser aprovada.
"Mandaremos o projeto para os alemães estudarem. Se eles acharem viável do ponto de vista do marketing, dos estádios, das acomodações, vamos colocar a idéia em votação na próxima reunião do comitê [em 3 de maio]. Mas não acho muito provável. A Alemanha está se preparando para receber 32, não 36 seleções, e tem o direito de não concordar."


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