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Pilotos de aluguel reforçam grid da Indy
Sem um contrato anual, brasileiros utilizam prova paulista como vitrine
Característicos na categoria, competidores têm vínculo apenas por uma corrida enquanto equipes tentam aumentar os seus lucros
JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL
ANDREI SPINASSÉ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dos 22 pilotos que vão disputar a primeira etapa da Indy
deste ano, no próximo domingo, no circuito de rua montado
na zona norte de São Paulo,
muitos podem não participar
do restante da temporada.
Tradicionalmente, a categoria dá espaço para pilotos de
aluguel, que, sem um contrato
anual, competem em apenas
uma ou duas corridas por ano.
Por ser a primeira prova e pelo fato de a Indy estar desde
2000 longe do país, a corrida
paulistana aguçou ainda mais
os pilotos brasileiros, que veem
na etapa uma oportunidade para suas carreiras deslancharem.
Em contrapartida, as equipes
menos abastadas da categoria
encaram a prova brasileira como uma chance para reforçar
os seus limitados orçamentos.
"Principalmente em relação
às 500 Milhas de Indianápolis,
isso sempre aconteceu. Isso
[pilotos de aluguel] é uma característica da Indy. E realmente esta corrida do Brasil
atraiu muito os pilotos", disse
Gil de Ferran, proprietário da
equipe Luzco/De Ferran.
Uma das confirmadas apenas
no próximo domingo é Bia Figueiredo, 24. Sem saber se disputará mais provas no ano, ela
fará sua estreia na Indy após
testar uma única vez nos EUA.
"Acho que é algo normal [a
existência dos pilotos de aluguel]. Para mim, será uma excelente oportunidade. Não me
sinto pressionada. O foco é terminar a corrida e maximizar
esse aprendizado. A ideia é continuar pelo restante da temporada", afirmou Bia, primeira
mulher a ganhar uma corrida
da Indy Lights, espécie de categoria de acesso à Indy.
Com a ajuda dela e de outros
pilotos de aluguel, o contingente de brasileiros pode aumentar ainda mais até o fim da semana. Neste momento, já são
seis os competidores locais
-Bia, Tony Kanaan, Helio Castro Neves, Mário Romancini,
Raphael Matos e Vitor Meira.
Nelson Merlo, 26, é exemplo
de piloto que ainda trabalha para estar no grid. Detentor de
três títulos de monopostos (F-São Paulo, F-Renault e F-3 sul-americana), ele deve saber hoje
se terá patrocínio para correr.
A equipe com a qual negocia
pede algo em torno de US$ 400
mil. Segundo seu empresário,
André Duek, o valor seria quase
o dobro se o time não visse no
piloto uma oportunidade para
faturar em cima dos prêmios
que ele pode ganhar. Pelo contrato, a escuderia ficaria com
60% das premiações, e Merlo
com o restante. Mas esse prêmio, caso seja grande, pode ser
convertido em verba para que o
brasileiro corra também em St.
Petersburg, na Flórida, na segunda etapa da temporada.
Uma regra da Indy, porém,
talvez faça com que Merlo,
mesmo com contrato fechado,
não possa correr em São Paulo.
Teoricamente, ele teria de fazer
um teste nos EUA antes de estrear, mas, como isso não será
possível, busca autorização para estar no GP sem esse teste.
Mario Moraes, que disputou
a última temporada da Indy,
também negocia a sua participação na prova de São Paulo.
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