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VÔLEI
Saia justa
Jogar sem Fernanda pode ser um problema para a seleção, mas os problemas devem
ser ainda maiores com ela
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A SUPERLIGA está na reta final,
mas a pergunta que ronda a
cabeça dos amantes de vôlei é
sobre outro tema: Fernanda Venturini deve voltar à seleção? Em um e-mail, ela fez o pedido ao técnico José
Roberto Guimarães. A lista das convocadas será divulgada dia 19.
O certo é que a jogadora colocou
Zé Roberto em uma saia justa. Se ele
não convocar Fernanda, e o Brasil
for mal em Pequim, o técnico será
criticado. Se convocar e deixar Fofão
no banco, terá problemas com o grupo. Se pôr Fernanda na reserva, terá
problemas com a própria jogadora.
Tecnicamente, não dá para discutir as qualidades de Fernanda, uma
das melhores levantadoras da história do vôlei. Seria a última chance
dela, hoje com 37 anos, de levar a seleção brasileira pela primeira vez a
uma final de Jogos Olímpicos.
Mas há alguns problemas que precisam ser levados em conta. Faz
quase um ano que Fernanda não joga. Ela, que já estava curtindo a aposentadoria das quadras, surpreendeu em 2007 quando aceitou o convite de defender o Murcia, da Espanha, por cerca de três meses.
Por mais que tenha um belo histórico, uma Olimpíada é diferente de
um Espanhol. Parada há quase um
ano, ela terá só três meses para ficar
em grande forma. Se era seu desejo
disputar a Olimpíada, Fernanda deveria ter se programado e defendido
um clube nesta temporada.
Há também a questão do grupo.
Fofão, 38, está jogando com a seleção nos últimos anos e se prepara
para Pequim. Como as atletas vão
reagir com a chance de Fernanda,
que anunciou sua despedida da seleção há quatro anos, voltar só para o
principal torneio do calendário?
Também há outro problema: depois dos Jogos de Atenas, Fernanda
e Zé Roberto romperam relações e
trocaram farpas pela imprensa. Sem
contar que, na Grécia, o relacionamento já não era dos melhores.
Difícil acreditar que Fernanda e
Zé Roberto vão realmente voltar às
boas tão de repente.
Resumo: jogar sem Fernanda pode ser um problema para a seleção
brasileira, mas, com ela, os problemas devem ser maiores.
DESTAQUE
A oposta Lia, do Brusque, está fazendo bonito na Superliga. Na primeira semifinal contra o Osasco, o
seu time perdeu, mas ela marcou
27 pontos. Já é a segunda maior
pontuadora do torneio. No masculino, Belo Horizonte vai ferver hoje: Minas e São Bernardo decidem
uma vaga nas semifinais.
ITALIANO
O Pesaro, das atacantes Mari e
Sheila, disputa amanhã a primeira,
de uma série de três partidas, das
quartas-de-final contra o Sassuolo.
No masculino, o duelo mais emocionante das quartas-de-final será
entre Treviso, do central Gustavo, e
Piacenza, do líbero Escadinha.
cidasan@uol.com.br
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