São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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VÔLEI

Saia justa

Jogar sem Fernanda pode ser um problema para a seleção, mas os problemas devem ser ainda maiores com ela

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A SUPERLIGA está na reta final, mas a pergunta que ronda a cabeça dos amantes de vôlei é sobre outro tema: Fernanda Venturini deve voltar à seleção? Em um e-mail, ela fez o pedido ao técnico José Roberto Guimarães. A lista das convocadas será divulgada dia 19.
O certo é que a jogadora colocou Zé Roberto em uma saia justa. Se ele não convocar Fernanda, e o Brasil for mal em Pequim, o técnico será criticado. Se convocar e deixar Fofão no banco, terá problemas com o grupo. Se pôr Fernanda na reserva, terá problemas com a própria jogadora.
Tecnicamente, não dá para discutir as qualidades de Fernanda, uma das melhores levantadoras da história do vôlei. Seria a última chance dela, hoje com 37 anos, de levar a seleção brasileira pela primeira vez a uma final de Jogos Olímpicos.
Mas há alguns problemas que precisam ser levados em conta. Faz quase um ano que Fernanda não joga. Ela, que já estava curtindo a aposentadoria das quadras, surpreendeu em 2007 quando aceitou o convite de defender o Murcia, da Espanha, por cerca de três meses.
Por mais que tenha um belo histórico, uma Olimpíada é diferente de um Espanhol. Parada há quase um ano, ela terá só três meses para ficar em grande forma. Se era seu desejo disputar a Olimpíada, Fernanda deveria ter se programado e defendido um clube nesta temporada.
Há também a questão do grupo.
Fofão, 38, está jogando com a seleção nos últimos anos e se prepara para Pequim. Como as atletas vão reagir com a chance de Fernanda, que anunciou sua despedida da seleção há quatro anos, voltar só para o principal torneio do calendário?
Também há outro problema: depois dos Jogos de Atenas, Fernanda e Zé Roberto romperam relações e trocaram farpas pela imprensa. Sem contar que, na Grécia, o relacionamento já não era dos melhores.
Difícil acreditar que Fernanda e Zé Roberto vão realmente voltar às boas tão de repente.
Resumo: jogar sem Fernanda pode ser um problema para a seleção brasileira, mas, com ela, os problemas devem ser maiores.

DESTAQUE
A oposta Lia, do Brusque, está fazendo bonito na Superliga. Na primeira semifinal contra o Osasco, o seu time perdeu, mas ela marcou 27 pontos. Já é a segunda maior pontuadora do torneio. No masculino, Belo Horizonte vai ferver hoje: Minas e São Bernardo decidem uma vaga nas semifinais.

ITALIANO
O Pesaro, das atacantes Mari e Sheila, disputa amanhã a primeira, de uma série de três partidas, das quartas-de-final contra o Sassuolo. No masculino, o duelo mais emocionante das quartas-de-final será entre Treviso, do central Gustavo, e Piacenza, do líbero Escadinha.


cidasan@uol.com.br

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