São Paulo, sexta-feira, 08 de abril de 2011 |
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Patrocínios viram alvo de inquérito MENSALÃO PF recomenda investigar pagamentos do Banco do Brasil para agência de marketing esportivo FERNANDA ODILLA ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA A Polícia Federal suspeita de irregularidade em repasses do Banco do Brasil para eventos esportivos, entre eles 20 competições com o nome de Gustavo Kuerten, o maior tenista da história do país. Em relatório sobre a origem do dinheiro do mensalão, a PF sugere à Procuradoria-Geral da República que sejam realizadas "diligências" para investigar pagamentos à agência de marketing esportivo Koch Tavares feitos entre 2001 e 2005. A empresa, entretanto, considera infundadas as suspeitas de que foi favorecida. Os repasses para ações de publicidade e patrocínio de vôlei e tênis somam mais de R$ 20 milhões (valores da época). Foram obtidos pela empresa com o Banco do Brasil, diretamente ou por meio do Fundo Visanet. A polícia suspeita que nem todos os serviços foram devidamente prestados pela Koch Tavares. Cita como exemplo um contrato de R$ 600 mil, de novembro de 2003, para a divulgação de cartões da bandeira Visa. No caso detalhado pela PF, a Visanet registrou o pagamento de R$ 600 mil. A Koch Tavares havia assinado contrato com cláusula expressa de que notas deveriam ser emitidas em nome do banco, e não do fundo. Sem sucesso, a PF cobrou da empresa provas de que, de fato, ela veiculou a marca Visa nos eventos citados. O contrato destacado pela PF foi intermediado pela DNA Propaganda, agência do empresário Marcos Valério, acusado de ser o mentor e grande operador do mensalão -esquema de desvio de dinheiro público para compra de apoio político pelo PT. A polícia usa o contrato como razão para sugerir à Procuradoria a varredura de 107 eventos organizados pela Koch Tavares com verba do banco, inclusive os que têm o nome de Guga, agraciados com R$ 1,6 milhão. Na lista de eventos contida no relatório também estão competições como a Copa Davis e o Circuito BB de Tênis Juvenil, além da Copa das Nações de vôlei de praia. A PF classifica a empresa de marketing como "espécie de subsidiária da instituição financeira estatal" por ser "totalmente dependente" dos recursos do BB. Diz ainda que, em 2002, a agência de marketing chegou a rivalizar com Marcos Valério no acesso às verbas do banco no Fundo Visanet. A polícia recomenda investigação sobre a política de propaganda e patrocínio do BB e "diligências" em uma investigação já em curso a fim de "apurar se a Koch Tavares foi ilegalmente favorecida com recursos liberados pela diretoria de comunicação e marketing" do banco. O documento da PF é um dos primeiros a revelar e detalhar contratos publicitários de uma estatal. Atualmente, as empresas públicas são a mais importante fonte de recursos do esporte de alto rendimento no Brasil. Mas não são obrigadas por lei a divulgar suas despesas com patrocínio. Colaboraram FILIPE COUTINHO e RUBENS VALENTE, de Brasília Texto Anterior: Racha: Presidente do Cade diz que leilão é obrigatório Próximo Texto: Saiba mais: Empresa geriu a carreira do ex-número um Índice | Comunicar Erros |
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