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Futebol
Clássico empolga torcida e estressa jogadores
Ormuzd Alves/Folha Imagem
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O zagueiro palmeirense Argel (à esq.) e o atacante corintiano Dinei discutem durante o clássico de ontem |
Técnicos ignoram Libertadores, usam os melhores jogadores e garantem uma partida nervosa, com muitos gols e faltas
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FERNANDO MELLO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
O clássico de ontem entre Corinthians e Palmeiras, que terminou empatado em 2 a 2, contrariou as expectativas: extenuou os
jogadores e empolgou a torcida
que compareceu ao Morumbi.
Depois de terem anunciado que
entrariam em campo com times
bastante desfalcados, poupando
os principais jogadores para as
partidas decisivas da Libertadores
no meio de semana, os dois técnicos acabaram optando por utilizar seus melhores atletas.
No final, o empate manteve as
duas equipes na liderança do
Grupo 8 do Paulista-2000, com
quatro pontos cada, e não alterou
o panorama da chave, que tem a
Ponte Preta na terceira colocação,
com três pontos.
O jogo, bastante equilibrado do
começo ao fim, teve um alto nível
técnico, principalmente no primeiro tempo, quando saíram os
quatro gols.
Alex e Pena marcaram para o
Palmeiras, enquanto o meia-atacante Marcelinho anotou os dois
do atual campeão paulista, brasileiro e mundial.
O Palmeiras foi o time que mais
forçou seus atletas. Ao contrário
do que havia divulgado na véspera, o técnico Luiz Felipe Scolari
não poupou nenhum jogador.
O treinador declarou à imprensa que não utilizaria cinco titulares no clássico de ontem. Deu até
os nomes, coisa que nunca faz:
Rogério, César Sampaio, Júnior,
Alex e Euller, atletas que formam
a espinha dorsal do Palmeiras.
A tática de Scolari era confundir
Oswaldo de Oliveira, que é seu desafeto. Em cima da hora, o técnico
anunciou que entraria com força
máxima. "Na sexta-feira, achei
que aquele era o melhor time. Hoje (ontem), achei que é esse. Não
posso mudar de idéia?", questionou, irritado, o treinador.
O meia Alex desmentiu a versão
do técnico. "A gente já sabia que
ia jogar. Eu almocei no quarto para ninguém da imprensa me ver.
Isso fez parte da estratégia do Felipão para o clássico. Ele nos pediu
que fizéssemos sigilo absoluto, e
nós acatamos."
Oliveira disse que já sabia que o
Palmeiras entraria com todos os
titulares. "A mim, ele não enganou. Tinha certeza de que ele iria
fazer isso. A escalação do Corinthians não depende da do adversário", disse o corintiano.
Scolari, que tem um grupo reduzido sob seu comando, só tirou
um titular de campo quando faltavam cinco minutos para o fim.
Do lado corintiano, Oliveira
acabou poupando apenas o lateral Daniel. Apesar de ter iniciado
o jogo sem cinco titulares, o técnico pôs em campo, no segundo
tempo, Luizão e Ricardinho.
Os zagueiros Fábio Luciano e
Adílson, que se recuperam de
contusão, não tinham condições
de atuar no clássico.
"Não é questão de titulares ou
reservas. Coloquei em campo o
que eu podia colocar para o time
render melhor. Mas foi tudo dentro do planejado", declarou o técnico corintiano.
A Federação Paulista de Futebol
vai decidir hoje se as equipes serão multadas por terem "esvaziado" o clássico de véspera. Segundo a assessoria de imprensa da
entidade, não está descartada
uma punição ao Palmeiras.
Apesar de não ter entrado em
campo com reservas, o anúncio
de que Scolari escalaria um time
misto pode ter afastado os palmeirenses do Morumbi. Coincidência ou não, os corintianos
eram maioria no estádio ontem.
O Corinthians está ameaçado
de perder suas cotas na terceira
fase. Na etapa anterior da competição, o time do Parque São Jorge
já foi punido. Seu técnico, Oswaldo de Oliveira, foi multado em R$
150 mil por ter escalado equipes
reservas em quatro jogos. O departamento jurídico do Corinthians recorreu.
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