São Paulo, segunda-feira, 08 de maio de 2000


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TÊNIS
Brasileiro faz sua estréia em Roma nas duplas
Kuerten volta hoje ao saibro, sem dor

JOSÉ ALAN DIAS
enviado especial a Roma

Passados 19 dias desde que, eliminado na primeira rodada do Masters Series de Mônaco, decidiu afastar-se das quadras para tratamento de uma lesão nas costas, Gustavo Kuerten retoma a temporada européia de saibro.
Seguidas vezes repetindo que as dores não mais o perturbam, o brasileiro reaparece num jogo de duplas contra os primeiros colocados do ranking mundial pelo Masters Series de Roma, Itália. Nas simples, onde deve estrear amanhã contra o francês Jerome Golmard, defenderá o título.
Kuerten e o também brasileiro Antonio Prieto terão como rivais o sul-africano Ellis Ferreira e o norte-americano Richie Leach.
Batido pelo eslovaco Karol Kucera, em 19 de abril, no torneio monegasco, Kuerten desistiu da participação em Barcelona, na semana seguinte. Examinado por um fisioterapeuta da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), teve diagnosticados problemas musculares na parte inferior das costas. Com um laudo, voltou para o Brasil, tornando público que só participaria de novo no circuito quando estivesse curado.
A contusão ocorrera durante o Torneio do México, em março, mas não o impediu de ser campeão em Santiago (Chile), em simples e em duplas -em parceria com Prieto.
Finalista em Miami, perdeu em quatro sets para o norte-americano Pete Sampras. Cinco dias depois, estava jogando no Rio, pela Copa Davis: ganhou duas partidas e perdeu outra.
"Estou bem. Treinando mais disposto. Consigo agora fazer com mais facilidade as jogadas nos treinos", disse ontem.
"Antes (da parada), eu ficava pensando: nossa, vou jogar mais esse torneio, depois mais aquele... Ficou muito corrido. Não é que eu trate os torneios de forma automática. Passei dois meses tendo que tomar antiinflamatório para suportar a dor. Se a Davis não fosse um evento importante no Brasil, não teria jogado", completou.
Na temporada, o tenista participou de nove eventos da ATP, somando 17 vitórias e 9 derrotas (65% de aproveitamento). Pela Davis, outras seis partidas: quatro vitórias e duas derrotas.
"Se não tivesse feito isso (parado), ia continuar jogando com dor. Agora me sinto mais confortável na quadra", disse Kuerten.
Em Roma desde sexta-feira, Kuerten treinou pela manhã com o norte-americano Chris Woodruff. Marcada para as 10h, a sessão começou com duas horas de atraso. Ao final, o brasileiro preferiu se retirar por uma porta lateral, enquanto fãs (cerca de 100 pessoas a assistiram) gritavam por autógrafos na arquibancada.
Vinte minutos mais tarde, na entrevista coletiva, criticou veladamente o curto espaço entre os Masters Series -abaixo em prestígio e em premiação só dos quatro que formam o Grand Slam.
"É difícil para os jogadores manterem o ritmo em três torneios desse nível seguidos" , disse em referência aos eventos de Mônaco, Roma e de Hamburgo (Alemanha), este ocorrendo entre os próximos dias 15 e 21.
Pelas normas da ATP, os 48 tenistas mais bem colocados no ranking de entradas (que considera os resultados obtidos nas últimas 52 semanas) são obrigados a participar dos Masters Series e dos Grand Slams. Ausentando- se sem justificativa, o atleta tem zero ponto como um dos resultados que são levados em consideração no novo ranking -a corrida dos campeões, semelhante ao da F-1.
Das grandes estrelas do circuito, o único que não está em Roma é o norte-americano Pete Sampras, contundido.


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