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TÊNIS
Brasileiro faz sua estréia em Roma nas duplas
Kuerten volta hoje
ao saibro, sem dor
JOSÉ ALAN DIAS
enviado especial a Roma
Passados 19 dias desde que, eliminado na primeira rodada do
Masters Series de Mônaco, decidiu afastar-se das quadras para
tratamento de uma lesão nas costas, Gustavo Kuerten retoma a
temporada européia de saibro.
Seguidas vezes repetindo que as
dores não mais o perturbam, o
brasileiro reaparece num jogo de
duplas contra os primeiros colocados do ranking mundial pelo
Masters Series de Roma, Itália.
Nas simples, onde deve estrear
amanhã contra o francês Jerome
Golmard, defenderá o título.
Kuerten e o também brasileiro
Antonio Prieto terão como rivais
o sul-africano Ellis Ferreira e o
norte-americano Richie Leach.
Batido pelo eslovaco Karol Kucera, em 19 de abril, no torneio
monegasco, Kuerten desistiu da
participação em Barcelona, na semana seguinte. Examinado por
um fisioterapeuta da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), teve diagnosticados problemas musculares na parte inferior
das costas. Com um laudo, voltou
para o Brasil, tornando público
que só participaria de novo no
circuito quando estivesse curado.
A contusão ocorrera durante o
Torneio do México, em março,
mas não o impediu de ser campeão em Santiago (Chile), em
simples e em duplas -em parceria com Prieto.
Finalista em Miami, perdeu em
quatro sets para o norte-americano Pete Sampras. Cinco dias depois, estava jogando no Rio, pela
Copa Davis: ganhou duas partidas e perdeu outra.
"Estou bem. Treinando mais
disposto. Consigo agora fazer
com mais facilidade as jogadas
nos treinos", disse ontem.
"Antes (da parada), eu ficava
pensando: nossa, vou jogar mais
esse torneio, depois mais aquele...
Ficou muito corrido. Não é que eu
trate os torneios de forma automática. Passei dois meses tendo
que tomar antiinflamatório para
suportar a dor. Se a Davis não fosse um evento importante no Brasil, não teria jogado", completou.
Na temporada, o tenista participou de nove eventos da ATP, somando 17 vitórias e 9 derrotas
(65% de aproveitamento). Pela
Davis, outras seis partidas: quatro
vitórias e duas derrotas.
"Se não tivesse feito isso (parado), ia continuar jogando com
dor. Agora me sinto mais confortável na quadra", disse Kuerten.
Em Roma desde sexta-feira,
Kuerten treinou pela manhã com
o norte-americano Chris Woodruff. Marcada para as 10h, a sessão começou com duas horas de
atraso. Ao final, o brasileiro preferiu se retirar por uma porta lateral, enquanto fãs (cerca de 100
pessoas a assistiram) gritavam
por autógrafos na arquibancada.
Vinte minutos mais tarde, na
entrevista coletiva, criticou veladamente o curto espaço entre os
Masters Series -abaixo em prestígio e em premiação só dos quatro que formam o Grand Slam.
"É difícil para os jogadores
manterem o ritmo em três torneios desse nível seguidos" , disse
em referência aos eventos de Mônaco, Roma e de Hamburgo (Alemanha), este ocorrendo entre os
próximos dias 15 e 21.
Pelas normas da ATP, os 48 tenistas mais bem colocados no
ranking de entradas (que considera os resultados obtidos nas últimas 52 semanas) são obrigados
a participar dos Masters Series e
dos Grand Slams. Ausentando- se
sem justificativa, o atleta tem zero
ponto como um dos resultados
que são levados em consideração
no novo ranking -a corrida dos
campeões, semelhante ao da F-1.
Das grandes estrelas do circuito, o único que não está em Roma
é o norte-americano Pete Sampras, contundido.
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