São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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Copa do Brasil vale retorno, antes do previsto, ao cenário internacional

Corinthians joga por antecipação de meta

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI


DA REPORTAGEM LOCAL

Diante de um rival enigmático, que emergiu da terceira divisão para decidir um título da elite do futebol nacional, o Corinthians tenta, a partir de hoje, retomar o caminho para sua internacionalização antes do planejado pela comissão técnica e pela cúpula do clube do Parque São Jorge.
Contra o Brasiliense, às 21h45, no Morumbi, os corintianos começam a decidir a Copa do Brasil, torneio que dá ao campeão uma vaga na Taça Libertadores de 2003. A partida de volta ocorre no próximo dia 15, no DF.
Em menos de cinco meses no clube, o técnico Carlos Alberto Parreira, contratado com a missão de colocar o time novamente no cenário internacional, tem a chance de levar a equipe de volta ao principal interclubes do continente, competição que não disputa desde 2000, quando foi eliminada pelo arqui-rival Palmeiras na fase semifinal.
Quando assumiu o comando da equipe corintiana, em dezembro do ano passado, Parreira afirmou que precisaria de "tempo" para atingir a meta. Estipulou para isso o final deste ano, quando vence seu contrato com o clube.
"Embora o compromisso seja de apenas um ano, a nossa pretensão é de um trabalho a longo prazo. A tendência é que o Parreira permaneça por mais tempo", disse o vice-presidente de futebol corintiano, Roque Citadini.
Segundo ele, é assim, com a experiência do técnico tetracampeão mundial com a seleção brasileira, em 1994, que o Corinthians tem de concretizar seu projeto de internacionalização.
Apesar do voto de confiança do dirigente, Parreira não era o preferido da cúpula do clube para dirigir a equipe. Oswaldo de Oliveira, então no Fluminense, foi convidado para voltar ao clube após a demissão de Wanderley Luxemburgo, no ano passado.
Parreira só foi contratado após a recusa do técnico campeão do Mundial de Clubes da Fifa com o Corinthians, em 2000.
Empolgados com o trabalho do atual treinador, que além da Copa do Brasil está na final do Rio-SP, a diretoria quer que Parreira fique por, pelo menos, mais um ano no clube paulista.
O próprio Parreira admitiu que gostaria de permanecer no clube para disputar competições internacionais. "Esse é o grande objetivo do nosso trabalho aqui [disputar torneios internacionais". Disputar a Libertadores, tornar o time conhecido. E estamos só há duas partidas disso", declarou.
De acordo com treinador, o "favoritismo" contra o time do Distrito Federal é todo do Corinthians. "Para nossos jogadores, disputar um título é normal. Para eles, é uma incógnita."
Apesar disso, o técnico "lembrou" seus jogadores de que Fluminense e Atlético-MG, dois clubes tradicionais do futebol brasileiro, também eram favoritos e acabaram eliminados pelo rival de hoje na competição.
"Eles têm qualidade e condições de conquistar o título", disse o zagueiro Fábio Luciano.
"Para nós é vantagem enfrentá-los na final. Nas fases anteriores eles ainda eram desconhecidos e agora não são mais", afirmou o técnico corintiano, dizendo que sua equipe já se acostumou com essa "maratona de responsabilidade" em seus jogos.
"Nós estamos decidindo há 15 partidas. Por isso, acho que a equipe já atingiu uma maturidade. A responsabilidade é toda nossa. Se eles ganharem do Corinthians, será o céu para eles. Se perderem para o Corinthians, é algo normal", completou.
No Brasiliense, que ontem realizou um treinamento no CT do São Paulo, os jogadores fazem questão de ressaltar a responsabilidade do time do Parque São Jorge na decisão.
"O favorito é o Corinthians", analisou o atacante Wellington Dias, destaque do time e artilheiro da equipe de Taguatinga (cidade-satélite próxima a Brasília) na Copa do Brasil, com sete gols.
"Sabemos que sair daqui [de São Paulo] com um bom resultado é difícil, mas não é impossível."


NA TV - Corinthians x Brasiliense, Globo, ESPN Brasil, Record e Sportv, às 21h45



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