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Herói olímpico em Atenas, Vanderlei não vai a Pequim
Lesão tira atleta da disputa por vaga brasileira na maratona olímpica, em que conquistou o bronze quatro anos atrás
Desde sua corrida épica, ele coleciona frustrações, tendo desistido dos 42,195 km no Mundial-2005 e no Pan do Rio, quando buscava o tri
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Único medalhista do Brasil
na história da maratona olímpica, Vanderlei Cordeiro de Lima, 38, desistiu de tentar vaga
para a Olimpíada de Pequim.
O corredor, bronze nos Jogos
de Atenas-04, não se recuperou
de uma lesão a tempo de participar da Maratona de Praga. A
prova será neste domingo, prazo final estipulado pela Confederação Brasileira de Atletismo
para a definição dos maratonistas que competirão em Pequim.
"É uma pena. Ele queria defender sua medalha", lamentou
o técnico Ricardo D'Angelo.
O fundista tornou-se herói
olímpico em Atenas-04, ao ser
abalroado por um ex-padre irlandês quando liderava a prova.
Apesar da queda, Vanderlei retomou a corrida e terminou em
terceiro lugar, atrás de Stefano
Baldini (Itália) e Mebrahtom
Keflezighi (EUA).
Pelo feito, além do bronze,
ele recebeu a medalha Barão de
Coubertin, por causa do "fair
play" de ter finalizado a prova.
Vanderlei estava animado
para ir a Pequim. Em março,
em entrevista à Folha, disse
que não teria problema para
correr no ar poluído da cidade.
"Já disputei provas em São
Paulo e não tive problema com
isso", disse, referindo-se à desistência do etíope Haile Gebrselassie, recordista mundial da
distância, que sofre de asma.
A amigos, ele admitiu que
encerraria a carreira competitiva na Olimpíada. Continuaria
correndo por simples prazer.
Tais planos, porém, não serão cumpridos. Há seis semanas, teve diagnosticada inflamação no músculo adutor da
coxa esquerda. A lesão o fez desistir da Maratona de Turim,
em abril. Anteontem, em exame realizado em São Paulo, foi
constatado que a lesão não havia regredido o suficiente.
"Houve uma pequena melhora, mas não a ponto de ele
estar em boas condições", diz o
técnico, que cancelou vôo para
a Europa e comunicou a desistência aos organizadores
-Vanderlei seria uma das principais atrações da disputa.
A prova em Praga era considerada um trunfo para a vaga.
"O circuito é plano, e as condições climáticas favorecem boas
marcas. Daria para correr em
2h10min", acredita o treinador.
Vanderlei correu abaixo do
índice exigido -2h15min- em
2007. Porém, o Brasil já tem
três atletas com tempos melhores, número máximo que o
país pode enviar à Olimpíada.
Em Milão-07, Vanderlei cravou 2h12min53s. No ranking
nacional, porém, estava atrás
de Marilson Gomes dos Santos
(2h08min37s em Londres-07),
José Teles (2h12min23s, em
Milão-07) e Franck Caldeira
(2h12min32s, em Paris-08).
Desde a épica prova olímpica, a carreira de Vanderlei é recheada por frustrações.
Em 2005, abandonou duas
maratonas. Em março, dores
abdominais o tiraram de Lake
Biwa (JAP). No Mundial de
Helsinque (FIN), em agosto,
abandonou por causa de lesão
muscular. Ele completou sua
primeira maratona pós-olímpica em Amsterdã-06, dois
anos após seu feito na Grécia.
Foi um alento para novas decepções. No Pan do Rio, em julho, Vanderlei tentava o tricampeonato, mas uma forte
cãibra no 38º quilômetro o fez
desistir da corrida. Franck Caldeira conquistou o ouro.
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