Na primeira corrida europeia do ano na F-1, escuderias, no encalço da líder, exibem novos pacotes aerodinâmicos

Pilotos não acreditam que as mudanças surtirão efeito já no grid do GP da Espanha, uma vez que evolução deve ser proporcional para todos

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

Primeira corrida em solo europeu nesta temporada da F-1, o GP da Espanha marcará a estreia de novos pacotes aerodinâmicos em quase todas as equipes. O objetivo delas é o mesmo: alcançar a Brawn GP.
Mas nem por isso o grid será mais equilibrado em Barcelona. Pelo menos é o que dizem os pilotos, até os mais otimistas.
"Acho que, por maior que seja a melhora que os outros times introduzam, eles não vão conseguir o pacote todo como a gente tem", afirmou Rubens Barrichello, vice do Mundial, com 12 pontos a menos que seu companheiro, Jenson Button.
Segundo o brasileiro, o motivo é a proibição de se testar durante a temporada, o que fará com que todas as equipes usem suas novidades, na prática, apenas nos dois treinos de hoje.
"Quando você testa, coloca pneus novos e consegue estabelecer um parâmetro para as mudanças que fez. Aqui não vai dar para ser assim", disse o piloto da Brawn. "Por isso acho que só depois de Mônaco [próxima etapa] é que as coisas vão começar a vir para o chão."
Mesma opinião tem Sebastian Vettel, terceiro colocado na classificação, apenas um ponto atrás de Barrichello.
"A maior dificuldade que temos é o fato de não ter mais testes. Tudo o que falamos se baseia em números que conseguimos no túnel de vento e em simulações", disse o alemão.
Após um início de ano decepcionante, a Ferrari terá um dos carros mais modificados. Entre outras novidades, a escuderia trocou a carroceria, o sistema de refrigeração dos freios e colocou o polêmico difusor duplo, que dá mais aderência ao carro.
"Praticamente só o nariz vai ser o mesmo. Mudamos toda a parte aerodinâmica e finalmente teremos o buraco no rabo que alguns carros já tinham", falou Felipe Massa, em referência aos furos no assoalho que já vinham sendo usados pela Brawn desde o início do Mundial e que formam um caminho para a passagem do ar que gruda o carro no chão.
Até a Force India, única equipe que ainda não pontuou em 2009, terá novidades em Barcelona: introduzirá uma nova asa dianteira flexível.
A expectativa no paddock é que as equipes devam evoluir praticamente na mesma proporção, o que manteria as posições inalteradas.
Para Robert Kubica, da BMW, que ainda não se encontrou em 2009, a situação é complicada. "Precisamos dar pelo menos dois passos se quisermos ficar no mesmo nível dos demais. Temos que ganhar pelo menos um segundo."