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Em alta, natação do Brasil atrai vizinhos
Atletas sul-americanos buscam no país, hoje uma referência do esporte no continente, ambiente competitivo e dinheiro
Infraestrutura superior e
índices mais fortes são
elogiados por nadadores
estrangeiros que participam
do Troféu Maria Lenk, no Rio
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Eles vestem a touca de clubes
do Brasil e desfilam à vontade
em meio aos atletas, mas ouvidos mais atentos podem notar
que um pequeno grupo se diferencia dos brasileiros que disputam o Troféu Maria Lenk.
A cada ano uma série de estrangeiros chega ao Rio de Janeiro para buscar o que não encontra em seus países de origem. A maioria deles sai das
piscinas da América do Sul.
"Na Colômbia, nado sozinha,
ganho com 2s ou 3s de vantagem. É triste que seja assim. O
Brasil aumenta muito meu nível", diz a colombiana Carol
Colorado, 21, do Minas, quarta
nos 100 m borboleta, ontem.
O Brasil já era referência de
natação no continente. O status
do país só aumentou com o ouro olímpico de César Cielo.
Os países vizinhos conseguem descobrir novos talentos
e até treiná-los, mas não têm
atletas suficientes para criar
campeonatos competitivos.
Neste ano, nove estrangeiros
estão inscritos no Maria Lenk.
Ontem, o argentino Andres
Gonzalez, 26, quebrou o recorde sul-americano dos 50 m borboleta, com 23s45. A marca superada era de Fernando Scherer -23s55 em 2005.
Na série anterior da eliminatória, César Cielo havia superado a marca. A final é hoje.
"Hoje ainda é possível treinar lá e, quando fizer 18 anos, ir
para os EUA ou outro país. Mas,
na minha época, não havia como ficar e ser atleta de elite",
diz Juan Pereyra, argentino.
O nadador de 28 anos chegou
ao Brasil aos 8 para acompanhar a irmã nadadora. Passou
por alguns clubes e, mais velho,
conseguiu trabalhar com um
técnico argentino e ter verba
para viajar pelo mundo. Mas
todo ano está no Maria Lenk.
Juan não é nem mais considerado estrangeiro -cada clube pode inscrever dois. Quem
não tiver uma equipe também
pode nadar "em observação",
representando só seu país.
"O torneio tem grande número de nadadores de alto nível", diz Juan, ex-dono do recorde do torneio dos 1.500 m.
Juan foi sétimo no Rio, resultado que pode atrapalhar seus
planos de ir a Roma. Na Argentina, os atletas disputam vários
eventos e somam pontos.
Quem tem mais leva as vagas.
"É mais difícil do que no Brasil", diz o atleta do Corinthians.
Em 2007, o Maria Lenk serviu como seletiva de vários países para o Pan, e 18 estrangeiros
disputaram a competição.
Kristel Kobrich era uma das
que estavam naquele ano e nas
últimas seis edições. A chilena
detém o recorde do torneio dos
800 m livre. "A infraestrutura é
muito maior do que no Chile, e
os índices são mais fortes, te
obriga a nadar seu melhor", diz
a atleta do Corinthians.
Os sul-americanos também
acham no Brasil algo, para muitos, raro: dinheiro. "Na Colômbia, você paga para nadar. Paga
suas viagens, seu uniforme, o
clube, é muito difícil... Aqui, você recebe da sua equipe. É incrível", afirma Carol.
NA TV - Troféu Maria Lenk
Sportv2, ao vivo, às 10h
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