São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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TOSTÃO

Todos já sabiam


Já estava decidido, há séculos, que os clubes brasileiros acertariam com a TV Globo

COMEÇAM HOJE as decisões de vários Estaduais.
Muricy arrumou a defesa do Santos. Por outro lado, o time avança com menos jogadores, além de não ter um bom atacante ao lado de Neymar. Aquele ataque espetacular do ano passado, com Robinho de um lado, Neymar do outro, André de centroavante e Ganso chegando de trás, não existe mais.
Mudo de assunto. Todos já sabiam que haveria muito dinheiro público para a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016 e que o governo, pressionado pelo tempo, iria propor ao Congresso o fim dos limites de gastos para outras obras, como mostrou a Folha nesta semana.
Já estava também decidido, desde que o ser humano ficou de pé e passou a correr atrás da sobrevivência, do lucro, do sucesso e do poder, que os clubes brasileiros acertariam com a TV Globo a transmissão dos jogos do Brasileirão. Todos os debates, nos últimos meses, foram conversa para boi dormir. Todos já sabiam.
A TV Globo é uma empresa particular, como milhares de outras, que visa o lucro. Se as outras emissoras tivessem o mesmo poder, fariam o mesmo.
Uma reflexão. Como não participo de festas e eventos esportivos, por preguiça, timidez e para não ter constrangimento em elogiar e criticar as pessoas, moro em BH, fora do centro da mídia nacional, recuso convites para trabalhar na televisão, fazer comerciais e dar palestras, não tenho blog, Twitter, não participo de redes sociais e nem coloco e-mail no fim de minha coluna, algumas pessoas acham que sou arredio, recluso, um ermitão.
Não é por aí. Adoro andar pelas ruas, conhecer pessoas e conversar sobre tudo, principalmente sobre futebol. Apenas prefiro meu canto e a convivência com pessoas próximas e queridas a participar de eventos sociais.
Não me dou também importância. Não é falsa modéstia. Sou apenas um colunista, opinador. Não sou protagonista de nada. Jornalista, que não sou, não deveria ser notícia, muito menos garoto-propaganda. Não pense ainda que estou com baixa autoestima. Sou, e sempre fui, pretensioso e vaidoso, do meu jeito.
Parafraseando o início do mais belo poema do mundo, "Tabacaria", escrito por Álvaro de Campos, um dos 127 heterônimos de Fernando Pessoa, segundo o ótimo livro "Fernando Pessoa, Quase uma Biografia", de José Paulo Cavalcanti Filho, não sou nada, não quero ser nada. À parte isso, tenho todos os sonhos e vaidades do mundo.
A coluna volta a ser publicada no dia 22. Até lá.


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