FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A SUWON

Mais uma vez o ataque brasileiro falhou, e, como nos últimos meses, Romário é a única esperança para resolver o problema.
Desde que assumiu o cargo, em outubro, o técnico Emerson Leão já testou 15 jogadores no setor, mas só o vascaíno, 36, artilheiro das eliminatórias, deu resultado.
Leão ficou decepcionado com os jogadores que experimentou na Ásia (Washington, Leandro, Magno Alves e Ânderson, este cortado por contusão).
"Todas as vezes que você tenta alguma coisa nova, faz isso para ajudar o velho. Mas nem sempre você consegue. Não posso parar de tentar, até a hora em que alguém se encaixar", afirmou.
O ataque foi o ponto mais negativo da seleção na Copa das Confederações, e não só pela escassez de gols como também pela performance geral apresentada.
Washington e, principalmente, Leandro irritaram Leão pelos gols perdidos -o segundo foi criticado pela apatia. Até ser cortado por contusão, Ânderson havia sido igualmente ineficiente, mas ainda tem algum crédito com Leão.
No jogo de ontem, a dupla de ataque não apareceu. Na única participação que teve no primeiro tempo, Leandro chutou torto. Washington, embora mais voluntarioso e participativo, não finalizou nenhuma vez na partida.
A primeira metade do primeiro tempo fez parecer que a França golearia. O técnico Roger Lemerre escalou Karembeu no lugar de Marlet, tornando o time mais defensivo, mas o entrosamento dos franceses compensou a mudança.
Logo aos 7min, Pires abriu o placar num belo chute de primeira, após Djorkaeff cobrar escanteio e Vieira ajeitar de cabeça.
Os franceses ainda tiveram três boas chances, apesar de terem recuado após o gol ("inconscientemente", segundo Pires), passando a jogar em contra-ataques.
Quando Ramon empatou para o Brasil, aos 30min, numa cobrança de falta no ângulo, a seleção já havia equilibrado a partida.
No segundo tempo, porém, tudo voltou à estaca zero. Como na primeira etapa, os franceses foram fulminantes. Aos 9min, Djorkaeff cobrou falta da esquerda, e Desailly subiu entre Edmílson e Lúcio para marcar de cabeça.
Um zero à esquerda no time brasileiro, Leandro foi substituído por Vampeta aos 12min -Ramon passou a jogar no ataque.
O meio-campo teve uma ligeira melhora, mas os franceses seguiram dominando. Anelka e Wiltord perderam dois gols feitos.
Leão se queixou da marcação dos jogadores brasileiros nos gols franceses. "Os três gols saíram de bola parada, mas o nosso foi mérito de quem bateu. Os dois deles poderiam ter sido evitados."
Ramon lembrou que os lances que originaram os gols franceses (cobranças de escanteios e faltas nas laterais) são treinados à exaustão pela seleção. (FV)


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