|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Croácia faz espanhóis sofrerem
Primeiro rival do Brasil faz 1 a 0 nos espanhóis, mas acabado derrotado no último minuto da partida
Com boa movimentação e bolas cruzadas para a área, seleção assusta, mas cansa no fim e permite a virada
no amistoso em Genebra
FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE GENEBRA
A seleção brasileira que se
cuide. Em seu último amistoso
antes da Copa do Mundo, a
Croácia, o primeiro rival do
Brasil na Alemanha, mostrou
que tem muitas virtudes. Perdeu para a Espanha de virada,
com um gol de Fernando Torres no último minuto em um
jogo bem movimentado e com
um bom toque de bola.
Os espanhóis tiveram mais a
posse de bola, mas os croatas
mostraram que podem ser perigosos quando vão ao ataque.
O cérebro do time é Niko Kovac, o técnico cabeludo que joga
no Hertha Berlim ao lado de
Gilberto. Ao lado de Kranjkar, o
filho do treinador, é ele quem
costuma puxar os contra-ataques das seleção.
O atacante Prso, o outro
grande nome do time, também
é muito perigoso e não pára de
se deslocar tentando confundir
a defesa adversária. Sua jogada
preferida é tentar surpreender
os rivais partindo no limite do
impedimento. Como seus companheiros, ele volta para ajudar
na marcação.
Os espanhóis experimentaram também um veneno que
costuma ser perigoso para a zaga brasileira: as bolas cruzadas
na área (nos escanteios os zagueiros Simunic e Tudor sobem para tentar o cabeceio).
Foi insistindo nas bolas cruzadas que a Croácia fez o seu
gol, numa bola levantada para a
área espanhola, Pablo mandou
para as próprias redes aos
13min do primeiro tempo.
Os espanhóis empataram só
aos 16min do segundo tempo,
em uma cobrança de falta no
bico direito da área croata. Na
batida de Pernía, a bola desviou
na barreira sem dar chances ao
goleiro Pletikosa, que mais tarde pegou um pênalti bastante
discutido -em cobrança de
Fernando Torres-, em que o
juiz apitou alegando falta em
um lance em que a bola nem sequer estava perto dos atletas.
O problema da Croácia é a
idade de sua defesa. Veteranos
como Simic e Kovac são fortes,
mas demonstram cansaço. Isso
faz com que apareçam espaços
para atacantes habilidosos trabalharem mais a bola e criarem
mais oportunidades. Assim, foi
numa jogada individual que
Fernando Torres desempatou,
após se livrar de dois marcadores com um drible de corpo.
Pode estar nesse detalhe as
chances do Brasil. Em compensação, a Croácia não mostrou
em Genebra uma das suas principais armas: o apoio de Srna.
Como o ala direito foi poupado deste último jogo amistoso,
os espiões de Carlos Alberto
Parreira não puderam ver as
suas descidas e finalizações
(tanto que ele foi o artilheiro ao
lado de Prso nas eliminatórias,
com cinco gols).
O amistoso da Croácia em
Genebra foi um jogo agradável
e deixou uma lição: os jogadores brasileiros não devem subestimar seus primeiros adversários na Copa se não quiserem
começar mal.
Texto Anterior: Festa fracassa na pracinha de Königstein Próximo Texto: Pernas pesadas: Time atribui queda em amistoso à preparação rigorosa, mas promete complicar o brasil Índice
|