Treinador, porém, minimiza vitória histórica da Venezuela

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

Para Dunga, a derrota de anteontem em Boston para a Venezuela -a primeira do Brasil em 18 jogos em todos os tempos- tem o mesmo peso histórico que a primeira vitória sobre o Canadá, obtida no sábado passado, em só três confrontos.
"A derrota sempre dói, mas nós ganhamos do Canadá e a repercussão não foi tão grande. Foi a primeira vez que o Brasil ganhou", disse o treinador ao comentar se o vexame pode atrapalhar seu trabalho.
Apesar da comparação esdrúxula, Dunga reconhece que o revés pode, sim, trazer problemas para a equipe.
"A pressão vai existir, sem dúvida. Quando se perde com a seleção, a crítica é mais que o normal", afirmou o treinador brasileiro, que voltou a colocar o desgaste dos jogadores como motivo do fracasso, versão rechaçada por César Farías, o técnico da Venezuela, que afirmou ter observado já na partida contra o Canadá a fragilidade da equipe de Dunga. "Ninguém pode tirar nossos méritos", afirmou Farías, antes de dizer que hoje a diferença no nível técnico entre os dois países não é tão grande como no passado, versão aceita por Dunga.
"É lógico. Os jogadores venezuelanos são hoje mais confiantes. Em 1993, eles tinham jogadores amadores, acima do peso", observou o treinador.
Dunga falou que vai continuar dando chances aos reservas, mas que não pretende mais improvisar Robinho como um armador, situação ocorrida no primeiro tempo do amistoso contra os venezuelanos.
"A tendência em jogos que valem é não mudar seu posicionamento", disse o treinador, que para os próximos confrontos pelas eliminatórias terá a formação com Diego, Robinho e Luis Fabiano como jogadores ofensivos, deixando Adriano e Alexandre Pato, decepções contra a Venezuela, na reserva.
A seleção tem chegada prevista ao Brasil hoje pela manhã. Na terça, o time, sem Kaká, cortado, reapresenta-se em Teresópolis para os treinos para os jogos contra Paraguai, domingo, e Argentina, no dia 18, pelo classificatório para a Copa-10.


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