São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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JUCA KFOURI

Uma vitória afirmativa. E rara


A atuação no Centenário merece ser comemorada e pensada sem medo de remar contra a corrente


TENTAREI ESCREVER esta coluna sem usar nenhuma conjunção adversativa.
Porque uma goleada de 4 a 0, que poderia ter sido maior se um pênalti em Luis Fabiano, injustamente punido com dois cartões amarelos, tivesse sido marcado, não comporta nem mas, nem contudo, nem todavia, nem entretantos etc.
Ainda mais por fazer 33 anos que a seleção brasileira não vencia no octogenário Centenário, palco no sábado da maior derrota da Celeste em toda a história do estádio.
E ainda mais ainda porque num gramado que, de fato, deveria proibir qualquer análise técnica.
Kaká, por exemplo, sofreu com o estado do pasto, coisa que evidentemente não afetou alguém com o estilo de Felipe Melo.
Claro que cabe perguntar por que os três homens de marcação no meio de campo permitiram tantas bolas alçadas na área do extraordinário Júlio César, apontado unanimemente como o melhor jogador em campo. Fosse Viera o goleiro do time amarelo e Júlio César o do azul, o que teria acontecido?
Sim, Elano, o mais técnico dos três marcadores, também sofreu com o gramado, o que prejudicou a armação brasileira. Só que, diante de um pálido Uruguai, mais preocupado em intimidar do que em jogar, os vigorosos se viram melhor do que jogadores mais refinados.
Não é o que acontece quando se enfrenta um adversário que não agride, que espera (Paraguai?) e só se defende, razão pela qual a seleção tem se dado melhor fora do que dentro de casa, quando se dá bem.
Seja como for, é bom constatar que Luis Fabiano não tem medo de cara feia, nem de gramado lastimável, e que Robinho se movimenta lépido para deixar perdida uma defesa tosca, que, além do mais, sentiu a falta de seu comandante, Lugano.
Como é bom ver Maicon e Daniel Alves se firmarem no lugar de Cafu, embora a lateral esquerda ainda esteja longe de dar a mesma confiança. E de Lúcio e Juan nem é preciso falar.
Falta acertar o meio de campo, pelo menos para os jogos nos quais a técnica valer mais que a garra.
Para melhorar a justa satisfação com a vitória em Montevidéu, que não teve os rojões que merecia pelo país afora, só faltava o obstinado Dunga ter à disposição craques como Xavi e Iniesta.
Mas (epa!) seria querer demais.

Raridades&Banalidades
A quinta rodada do Brasileirão foi a primeira em que Souza fez gol com bola rolando no Corinthians e a primeira sem gol de Marcelinho Paraíba.
E foi mais uma com atitude criminosa de Fábio Costa que o Santos teima em incentivar.
Foi a rodada em que novamente São Marcos salvou até quando a bola entrou. Além de ter sido a da fabulosa virada do Sport sobre o Flamengo e do fim da invencibilidade do Náutico -e do Internacional 100%, o que faz bem ao campeonato.

Em tempo
Na burra reforma ortográfica, a falta do acento em "para", do verbo parar, causa confusões, como na coluna de ontem. E, onde estava escrito que todas as autoridades falharam na questão da violência, a exceção é obrigatória: o comandante do Estatuto do Torcedor, José Luiz Portella não falhou, ao contrário.

blogdojuca@uol.com.br

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