São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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COPA 2010

meias verdades

Segundo tempo da goleada imposta à Tanzânia evidencia rival desgastado por dois jogos em três dias, e não revoluções feitas por Dunga

Eduardo Knapp/Folhapress
Kaká cai no amistoso na Tanzânia

Tanzânia 1
Aziz, aos 33min do 2º tempo
Brasil 5
Robinho, aos 9min e aos 33min do 1º tempo; Ramires, aos 8min e aos 47min; Kaká, aos 30min do 2º tempo

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS

ENVIADOS ESPECIAIS A DAR ES SALAAM (TANZÂNIA)

Kaká já está 100% recuperado. Josué é a solução para o meio-campo. Daniel Alves e Maicon podem jogar juntos. Ramires é o meia de criação que estava faltando.
Tudo isso foi visto no segundo tempo do último teste da seleção antes da estreia na Copa, ontem, contra a Tanzânia, em Dar Es Salaam. Mas os 45 minutos finais da vitória por 5 a 1 do Brasil não podem ser levados a sério.
Não só porque a Tanzânia é frágil (é a 108ª no ranking da Fifa). Mas porque, no futebol competitivo de hoje, ninguém tem fôlego para jogar duas vezes em 24 horas, isso ainda após viagem que, entre deslocamentos terrestre e aéreos, durou cinco horas.
A Tanzânia jogou em Ruanda no domingo. Ontem, na primeira etapa, repetindo quase dois terços do time, até fez um jogo parelho. Mas os atletas, quase todos baixos e pouco musculosos, "morreram" no segundo tempo, e as alterações de Dunga pareceram revolucionárias.
No primeiro tempo, o time da casa só não marcou graças ao goleiro Gomes.
E o Brasil marcou duas vezes com Robinho, o único atacante da seleção já em ritmo de Copa do Mundo.
Luis Fabiano e Kaká se mostraram figuras quase nulas, errando praticamente todas as jogadas que tentaram.
Chegou o segundo tempo, e Dunga resolveu mudar por atacado. No lugar dos volantes Felipe Melo e Gilberto Silva, ambos um desastre na saída de bola na primeira metade do jogo, entraram Josué e Ramires. Depois, Daniel Alves, lateral de origem, substituiu Elano no meio-campo.
Josué, que reconheceu a precariedade física dos rivais, melhorou a marcação. Ramires fez dois gols. E ambos ajudaram Kaká, que dessa vez ficou em campo por 90 minutos, a desencantar -ele não marcava pela seleção desde junho de 2009.
O astro do Real Madrid festejou o que considera uma evolução. "Este jogo já foi melhor do que o passado, e isso me dá mais confiança e mais alegria", falou o camisa 10, que não quis projetar uma porcentagem de como estará fisicamente na estreia na Copa, no próximo dia 15.
Mais sincero foi Josué. Ele disse que a goleada não será parâmetro para Dunga alterar a equipe. "Mostrei que posso suprir a ausência de alguém, mas o Dunga já tem os seus 11 titulares na cabeça."
A seleção viajou ontem mesmo para Johannesburgo, onde fica o seu QG durante o Mundial sul-africano.


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