São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

A hora de mudar

DUNGA DIZ que não vai mexer em seu time-base por causa de bons 20 minutos. Mas a comparação entre os volantes do primeiro e do segundo tempo é cruel.
Aos 23 segundos, Felipe Melo errou sua primeira saída de bola. Daí até o final do primeiro tempo, o Brasil entregou de bandeja sete vezes a bola na passagem do meio de campo. Dessas, quatro de Felipe Melo.
O único erro grosseiro do segundo tempo na transição do meio para o ataque foi de Gilberto. Com Josué e Ramires, a seleção deu pista de que resolve seu maior problema: a transição.
E se, em 2002, Felipão tivesse medo de trocar Juninho por Kleberson? E se, em 1994, Parreira não achasse a hora de escalar Mazinho?
Mais do que o jogo ante a Tanzânia, o que indica a necessidade de mais qualidade no primeiro passe são os treinos. Dunga sabe disso, como indica Elano: "A saída nos preocupa, mas é só o começo, e vamos solucionar tudo", afirmou o meia.
Se quiser ser apenas conservador, Dunga precisa mexer em duas posições rápido. Saem Michel Bastos e Felipe Melo, entram Gilberto e Ramires. Se colocar o dedo na ferida, Gilberto Silva também pode perder a vaga para Josué, o melhor volante dos treinos. E Daniel Alves toma a vaga de Elano. Nessas últimas duas, dá para esperar mais.
No caso de Elano, a discussão é mais difícil, porque ele auxilia mais na marcação. Daniel Alves ajuda mais Maicon no ataque, como indica o quarto gol dos 5 a 1 de ontem. Daniel Alves prende a bola e espera a passagem de Maicon. Dali sai o cruzamento para Kaká encerrar seu jejum de 11 jogos sem gol pela seleção.
Para voltar a ser um time capaz de ganhar o Mundial, o Brasil ainda precisa corrigir mais coisas. Agrupar, tocar curto, jogar mais junto. Melhorou no segundo tempo. Se Kaká jogar o que pode, vai melhorar mais.

IMBATÍVEL, NÃO
O time passou 596 minutos sem sofrer gol. Não era vazado desde o jogo contra a Bolívia, em outubro. Mas a invencibilidade escondia defeitos. Ante Zimbábue e Tanzânia, o lado esquerdo expôs isso.

ROBINHO
O atacante ainda não tem a velocidade de antes. Melhorou quando saiu de seu jogo apenas pelo lado esquerdo, no final da primeira etapa. Deslocando-se, rendeu mais.


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