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Portugueses dizem não a tour africano
Principal rival do Brasil na 1ª fase joga amistoso em Johannesburgo
MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MAGALIESBURGO
Enquanto a seleção brasileira transformou seu pré-Copa em uma turnê caça-níqueis pelo continente africano, seu mais forte adversário
na primeira fase do Mundial
fez exatamente o contrário.
Portugal recusou convites
para jogar fora da África do
Sul e hoje vai enfrentar a seleção de Moçambique no
Bidvest Wanderers Stadium,
uma arena de críquete, em
Johannesburgo.
"Tínhamos a opção de jogar fora da África do Sul, ou
então em Durban ou Nelspruit, mas fazê-lo em Johannesburgo era uma decisão
sensata", declarou ontem
Carlos Queiroz, o técnico da
seleção portuguesa.
Segundo o treinador, o ensaio de hoje também vai servir para que sejam tiradas
"algumas conclusões importantes", como adaptação ao
gramado, ao clima da cidade
e à bola da Copa-2010.
"Já treinamos com essa bola no nível do mar, em Portugal, e outra coisa é jogar com
ela a 1.800 metros", declarou
Queiroz. A Jabulani tem sido
alvo de reclamações gerais.
Ele citou dois outros motivos pelos quais quis jogar em
Johannesburgo. "É uma estratégia de aproximação e
conquista dos adeptos no
país", disse. "E também quisemos jogar perto do nosso
centro de treinamento."
Enquanto isso, a seleção
brasileira dormiu duas noites
fora da concentração e fez
duas viagens de avião:
2h40min até Harare (ida e
volta) para enfrentar o Zimbábue e 6h40min (ida e volta) para Dar Es Salaam, onde
jogou contra a Tanzânia.
Há mais diferenças.
Os adversários que enfrentaram o Brasil tiveram que
pagar caro para isso. O ditador zimbabuano Robert Mugabe desembolsou R$ 2,4 milhões para levar os pentacampeões do mundo até ele.
A ida para a Tanzânia custou
R$ 4 milhões ao governo do
presidente Jakaya Kikwete.
Já o rival de Portugal será
remunerado. A Federação
Moçambicana de Futebol publicou em seu site que vai receber um cachê de 25 mil
euros (cerca de R$ 57,5 mil).
"Nós vamos jogar com Moçambique, e não contra", declarou Queiroz, que nasceu
em Nampula, no norte de
Moçambique, em 1953, quando o país africano ainda era
uma colônia portuguesa.
Brasil e Portugal se enfrentam no dia 25 de junho, no estádio Moses Mabhida, em
Durban, pela terceira e última rodada da fase de grupos
da Copa da África do Sul.
"Vamos fazer de tudo para
chegarmos classificados a esse jogo", declarou o zagueiro
Bruno Alves, filho de pai brasileiro e mãe portuguesa.
Sua família vive em Barão
de Cocais, cidade mineira. "O
Brasil é uma potência mundial, mas vamos fazer de tudo para vencer", concluiu.
A seleção lusa estreia na
Copa na próxima terça, contra a Costa do Marfim. Antes
de pegar o Brasil, duelará
ainda com a Coreia do Norte.
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