São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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Portugueses dizem não a tour africano

Principal rival do Brasil na 1ª fase joga amistoso em Johannesburgo

MARTÍN FERNANDEZ
ENVIADO ESPECIAL A MAGALIESBURGO

Enquanto a seleção brasileira transformou seu pré-Copa em uma turnê caça-níqueis pelo continente africano, seu mais forte adversário na primeira fase do Mundial fez exatamente o contrário.
Portugal recusou convites para jogar fora da África do Sul e hoje vai enfrentar a seleção de Moçambique no Bidvest Wanderers Stadium, uma arena de críquete, em Johannesburgo.
"Tínhamos a opção de jogar fora da África do Sul, ou então em Durban ou Nelspruit, mas fazê-lo em Johannesburgo era uma decisão sensata", declarou ontem Carlos Queiroz, o técnico da seleção portuguesa.
Segundo o treinador, o ensaio de hoje também vai servir para que sejam tiradas "algumas conclusões importantes", como adaptação ao gramado, ao clima da cidade e à bola da Copa-2010.
"Já treinamos com essa bola no nível do mar, em Portugal, e outra coisa é jogar com ela a 1.800 metros", declarou Queiroz. A Jabulani tem sido alvo de reclamações gerais.
Ele citou dois outros motivos pelos quais quis jogar em Johannesburgo. "É uma estratégia de aproximação e conquista dos adeptos no país", disse. "E também quisemos jogar perto do nosso centro de treinamento."
Enquanto isso, a seleção brasileira dormiu duas noites fora da concentração e fez duas viagens de avião: 2h40min até Harare (ida e volta) para enfrentar o Zimbábue e 6h40min (ida e volta) para Dar Es Salaam, onde jogou contra a Tanzânia.
Há mais diferenças.
Os adversários que enfrentaram o Brasil tiveram que pagar caro para isso. O ditador zimbabuano Robert Mugabe desembolsou R$ 2,4 milhões para levar os pentacampeões do mundo até ele. A ida para a Tanzânia custou R$ 4 milhões ao governo do presidente Jakaya Kikwete.
Já o rival de Portugal será remunerado. A Federação Moçambicana de Futebol publicou em seu site que vai receber um cachê de 25 mil euros (cerca de R$ 57,5 mil).
"Nós vamos jogar com Moçambique, e não contra", declarou Queiroz, que nasceu em Nampula, no norte de Moçambique, em 1953, quando o país africano ainda era uma colônia portuguesa.
Brasil e Portugal se enfrentam no dia 25 de junho, no estádio Moses Mabhida, em Durban, pela terceira e última rodada da fase de grupos da Copa da África do Sul.
"Vamos fazer de tudo para chegarmos classificados a esse jogo", declarou o zagueiro Bruno Alves, filho de pai brasileiro e mãe portuguesa.
Sua família vive em Barão de Cocais, cidade mineira. "O Brasil é uma potência mundial, mas vamos fazer de tudo para vencer", concluiu.
A seleção lusa estreia na Copa na próxima terça, contra a Costa do Marfim. Antes de pegar o Brasil, duelará ainda com a Coreia do Norte.


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