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Coreia do Norte dribla até a Fifa para se manter isolada na Copa
Cartolas mudam planos todo dia e não revelam hora dos treinos
SÉRGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Até distante da mais longa
ditadura do planeta, o time
da Coreia do Norte opta pelo
isolamento na África do Sul.
Há uma semana no país,
atletas e integrantes da comissão técnica se recusam a
dar entrevista, a agradar à
torcida e a abrir os treinos.
Os dirigentes da confederação, controlada pelo ditador Kim Jong-il, alteram os
planos diariamente, não informam à Fifa e não divulgam os horários de treinos.
A única vez que os norte-
-coreanos exibiram seu futebol na África do Sul foi no
amistoso contra a Nigéria,
anteontem, quando perderam por 3 a 1 e o jogo por pouco não terminou em tragédia.
Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas em virtude de uma
confusão por ingressos.
Ontem, os atletas voltaram
ao local do amistoso, mas a
federação fechou o treino.
Dezoito jornalistas, a
maioria sul-coreana, ficaram
de fora. Segundo a polícia, o
treino de hoje será liberado.
""Queríamos recebê-los
com carinho. Não somos espiões. É uma vergonha o tratamento que os coreanos nos
dão", disse o desempregado
Dintwa Harir, 27, na portaria
do estádio Makhulong.
O time também mantém o
isolamento no hotel, onde
ocupa um andar do prédio e
dificilmente sai dos quartos.
Os atletas não podem usar
celular ou internet, em retrato do que ocorre no país, onde é preciso obter licença para ir a uma cidade vizinha.
Leia sobre punições a que
estão sujeitos os norte-coreanos que desertarem
folha.com/es746829
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