São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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3 toques

Em sua partida de despedida da seleção, Ronaldo é aplaudido até por gols perdidos e faz torcida esquecer os defeitos da equipe

Ricardo Nogueira/Folhapress
Ronaldo dá adeus no Pacaembu

LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
RAFAEL REIS
RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

A torcida de São Paulo, que quase sempre vaia a seleção brasileira, foi ontem uma torcida que, por pelo menos meia hora, só festejou.
Aplaudiu três gols perdidos, dois deles à frente do goleiro rival, uma substituição ainda no primeiro tempo e passes laterais. Aplaudiu um jogador que atuou por apenas 17 minutos e não fez gols.
A torcida paulistana celebrou Ronaldo, 34, seus cerca de 9.000 minutos, suas quatro Copas do Mundo e seus 67 gols pelo time brasileiro.
Foi a despedida do maior artilheiro de Mundiais que justificou a ida de cerca de 30 mil pessoas ao Pacaembu em uma noite de 15º C, ingressos de até R$ 800 e uma fraca Romênia como adversária.
O misto de festa e jogo de futebol teve a cara corporativa que marca o ex-atacante nos últimos tempos.
Eram 19 patrocinadores em volta do campo, além de bandeiras com marcas e estruturas metálicas que reduziam o espaço do torcedor.
Mas havia também ali torcedores que, de fato, aprenderam a ser mais íntimos de Ronaldo por conta de sua passagem pelo Corinthians.
Como era o caso dos corintianos postados no lugar tradicional da Gaviões da Fiel, que gritavam loas ao craque desde o início da partida.
Para esses, como para o restante do estádio, pouco importava a dificuldade que Ronaldo demonstrou para colocar a camisa para dentro do calção, ainda no vestiário, por conta da forma física de um jogador aposentado.
Foi com a camisa para fora do calção e com os dois filhos, Ronald e Alex, que Ronaldo apareceu em campo, aos 28min, para a apoteose.
Dois minutos depois, entrou no lugar de Fred. O atacante do Fluminense fez uma reverência antes de sair.
Sinal também da distância que separa os dois. Fred é mais um dos que não conseguiram substituí-lo à altura.
Sem quase se mexer, Ronaldo tocou oito vezes na bola em seus 17 minutos em campo. Foram quatro passes certos e somente um errado.
Apareceu, de fato, no que sempre se destacou: três conclusões a gol. Dois passes de Neymar, um deles em bela tabela, e um de Robinho o colocaram de frente para o gol.
Chutou duas vezes na mão do goleiro Tatarusano e uma para fora, bem longe. A torcida gritou seu nome, mais uma vez, e o perdoou.
O juiz Sergio Pezzotta lhe deu apenas dois minutos de acréscimo na seleção.
Ao final, cumprimentou colegas e caminhou em volta do campo. A torcida se aglomerou por onde ele andou. Estandartes e os filhos o acompanharam no percurso.
O atacante discursou e desceu pelo túnel do Pacaembu. Sua passagem em campo durou 33 minutos.
Com Ronaldo fora, acabou a trégua. A torcida vaiou cada erro da seleção no segundo tempo. A maioria foi embora do Pacaembu antes mesmo do final da partida.
A arquibancada exibia uma lacuna, como a que restou na camisa 9 da seleção.


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