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"Não há nenhum conflito ético", afirma presidente do COB e do comitê dos Jogos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
E DO ENVIADO AO RIO
Por intermédio de sua assessoria, o presidente do COB e do
Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, disse não ver conflito ético no fato de a sua filha trabalhar na empresa escolhida, sem
concorrência, como operadora
exclusiva da venda de produtos
licenciados do Pan-Americano.
Sem detalhar os motivos, ele
informou que, "assim como nos
contratos de patrocínio, para a
concessão das lojas não existe a
necessidade de licitação ou
concorrência". Segundo o dirigente, o Co-Rio fez, a partir de
meados de 2005, uma consulta
formal a redes de varejo do país.
"Pelo contrato oferecido pelo
Co-Rio, a rede varejista teria
que assumir todos os riscos e
despesas para operação das lojas pan-americanas e da loja
virtual na internet, além da
obrigatoriedade de ter lojas em
todos os locais de competição
com os produtos licenciados."
"Dos varejistas consultados,
a Dufry foi o único que demonstrou interesse em assumir a operação da loja oficial e
os riscos correspondentes. Os
demais alegaram motivos diversos para a recusa, entre eles
a complexidade e o risco da
operação", afirmou Nuzman.
O dirigente listou despesas e
riscos assumidos pela operadora, como "a montagem das lojas, o sistema de vendas de produtos na internet e a contratação de funcionários". A receita
da Dufry, argumentou, se resume aos produtos vendidos nas
lojas oficiais. "A Dufry não tem
qualquer ganho com as vendas
de produtos licenciados em outras redes do comércio."
O Co-Rio estima que a arrecadação com a venda desses artigos atinja R$ 100 milhões. Do
montante, as lojas da Dufry responderão por cerca de R$ 10
milhões. "Ou seja, apenas 10%
do total das vendas", disse.
O dirigente afirmou que Larissa entrou na Dufry, ainda
quando estudava "administração de empresas com ênfase em
marketing na PUC-RJ", como
estagiária do departamento de
marketing "depois de ter passado por um processo interno de
avaliação da empresa". Sete
meses depois, foi contratada.
"Entendo que isso se deva a
méritos dela. Ela está trabalhando na área na qual se formou. Não há conflito ético no
fato de ela trabalhar na empresa que aceitou assumir todos os
riscos para operar as lojas oficiais, sem ter qualquer benefício assegurado pelo Co-Rio."
Larissa não quis dar entrevista. Afirmou que não tinha autorização para falar e pediu que a
assessoria de imprensa da
Dufry fosse procurada.
Contatada, a Dufry solicitou
que fossem encaminhadas
questões por escrito, o que foi
feito. Não houve resposta.
Abordado pela Folha na
inauguração de uma loja oficial
do Pan na última quinta, o presidente do conselho de administração da Dufry, Humberto
Mota, se negou a responder as
perguntas do repórter. Apenas
disse ser amigo de Nuzman.
Questionado se via conflito
ético no caso, declarou: "Não
quero falar sobre isso, escreve o
que você quiser".0
(FV E RM)
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