São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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"Não há nenhum conflito ético", afirma presidente do COB e do comitê dos Jogos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
E DO ENVIADO AO RIO

Por intermédio de sua assessoria, o presidente do COB e do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, disse não ver conflito ético no fato de a sua filha trabalhar na empresa escolhida, sem concorrência, como operadora exclusiva da venda de produtos licenciados do Pan-Americano.
Sem detalhar os motivos, ele informou que, "assim como nos contratos de patrocínio, para a concessão das lojas não existe a necessidade de licitação ou concorrência". Segundo o dirigente, o Co-Rio fez, a partir de meados de 2005, uma consulta formal a redes de varejo do país.
"Pelo contrato oferecido pelo Co-Rio, a rede varejista teria que assumir todos os riscos e despesas para operação das lojas pan-americanas e da loja virtual na internet, além da obrigatoriedade de ter lojas em todos os locais de competição com os produtos licenciados."
"Dos varejistas consultados, a Dufry foi o único que demonstrou interesse em assumir a operação da loja oficial e os riscos correspondentes. Os demais alegaram motivos diversos para a recusa, entre eles a complexidade e o risco da operação", afirmou Nuzman.
O dirigente listou despesas e riscos assumidos pela operadora, como "a montagem das lojas, o sistema de vendas de produtos na internet e a contratação de funcionários". A receita da Dufry, argumentou, se resume aos produtos vendidos nas lojas oficiais. "A Dufry não tem qualquer ganho com as vendas de produtos licenciados em outras redes do comércio."
O Co-Rio estima que a arrecadação com a venda desses artigos atinja R$ 100 milhões. Do montante, as lojas da Dufry responderão por cerca de R$ 10 milhões. "Ou seja, apenas 10% do total das vendas", disse.
O dirigente afirmou que Larissa entrou na Dufry, ainda quando estudava "administração de empresas com ênfase em marketing na PUC-RJ", como estagiária do departamento de marketing "depois de ter passado por um processo interno de avaliação da empresa". Sete meses depois, foi contratada.
"Entendo que isso se deva a méritos dela. Ela está trabalhando na área na qual se formou. Não há conflito ético no fato de ela trabalhar na empresa que aceitou assumir todos os riscos para operar as lojas oficiais, sem ter qualquer benefício assegurado pelo Co-Rio."
Larissa não quis dar entrevista. Afirmou que não tinha autorização para falar e pediu que a assessoria de imprensa da Dufry fosse procurada.
Contatada, a Dufry solicitou que fossem encaminhadas questões por escrito, o que foi feito. Não houve resposta.
Abordado pela Folha na inauguração de uma loja oficial do Pan na última quinta, o presidente do conselho de administração da Dufry, Humberto Mota, se negou a responder as perguntas do repórter. Apenas disse ser amigo de Nuzman.
Questionado se via conflito ético no caso, declarou: "Não quero falar sobre isso, escreve o que você quiser".0 (FV E RM)

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