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Seleção de Dunga, enfim, desencanta
Equipe aplica a maior goleada da Copa América e agora, com moral, enfrenta o Uruguai nas semifinais da competição
Brasil 6
Chile 1
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A PUERTO LA CRUZ
Foi com três volantes. Foi
com Júlio Baptista armando.
Foi com olé e com bom futebol.
Foi a melhor atuação da seleção
brasileira na Copa América. Os
6 a 1 no Chile ontem em Puerto
La Cruz classificaram o Brasil
para a semifinal do torneio
continental na estréia do técnico Dunga em mata-matas.
Robinho anotou mais dois
(com seis, é o goleador da disputa), porém desta vez a artilharia esteve bem distribuída.
O Chile, que já havia perdido
de 3 a 0 do Brasil na primeira
fase, foi presa ainda mais fácil
nas quartas-de-final -nos últimos quatro confrontos com a
seleção brasileira, os chilenos
marcaram apenas um gol e sofreram 18. Só na curta era Dunga, 6 a 1, 4 a 0 e 3 a 0.
A noite começou mesmo boa
para o novato treinador brasileiro. Seu lateral-direito preferido no elenco, Maicon, foi a
campo apesar de algumas dores
no ombro, já que havia sofrido
luxação no primeiro duelo com
os chilenos. Taticamente, o time foi mantido em relação ao
jogo passado com o Equador.
Gilberto Silva, Mineiro e Josué formavam o trio de volantes, que segue invicto na Copa
América -desde seu nascimento no final do jogo com o
Chile na fase de grupos, são seis
gols a favor e nenhum contra.
Na armação do time, Dunga optou de novamente por Júlio
Baptista, jogador vigoroso que
também já atuou muito de volante no Brasil.
Com essa formação pouco
convencional para a seleção
brasileira, o time envolveu o
adversário desde o início, com
toques simples, sem firula, como gosta o ex-volante Dunga.
Logo aos 8min, o Brasil poderia ter aberto o placar, Vágner
Love, movimentando-se mais
do que nas partidas anteriores,
chutou forte da entrada da
área, e a bola passou perto da
trave de Bravo.
O atacante do CSKA, que ainda não havia balançado as redes
na competição e que mesmo assim segue prestigiado, perdeu
melhor chance dois minutos
depois na cara do goleiro.
Aos 16min, veio o gol. Em jogada de bola parada, um escanteio bem batido por Robinho, a
bola foi desviada na primeira
trave por Maicon e encontrou
no segundo pau Juan, que escorou de cabeça para o gol. Dunga
vinha treinando muita bola parada na Venezuela.
Seis minutos depois, boa trama no meio-campo, bola de
Maicon para Vágner Love, dele
para Júlio Baptista e daí para o
gol. Golaço. O ex-são-paulino
pegou forte de primeira no canto esquerdo baixo de Bravo.
Parecia treino já nessa altura.
Os chilenos, talvez cansados,
apenas assistiam ao toque de
bola brasileiro. O terceiro gol
não demorou: Júlio Baptista
achou Robinho na entrada da
área, ele tirou a bola do goleiro
com estilo e voltou a marcar
com a camisa da seleção.
A goleada poderia ter sido
construída ainda no primeiro
tempo, pois Vágner Love e Mineiro tiveram boas oportunidades para marcar. Mineiro é o
volante que mais chega ao ataque no esquema de Dunga, e
ontem o ex-são-paulino fez
grande partida, marcando firme no campo de defesa e
apoiando bem mais vezes.
Para o segundo tempo, mudança apenas do lado chileno.
O técnico Nelson Acosta, que já
enfrentou o Brasil com vários
esquemas e se deu mal de todas
as formas, apostou em Valdivia,
meia palmeirense que vinha
sofrendo com uma lesão e por
isso começou no banco.
Robinho aproveitou aos
5min um cruzamento de Gilberto e fez o quarto sem dificuldades. A bola passou por Vágner Love, que parecia brigado
com o gol. Para poupar Robinho e dar ânimo para Love,
Dunga colocou Afonso no lugar
da estrela maior da equipe.
Aos 24min, outra jogada pela
esquerda, e o Josué, pouco
acostumando com gols, apareceu para anotar o quinto da seleção. Suazo descontou com golaço por cobertura aos 30min.
Love, porém, conseguiu balançar a rede aos 40min após boa
trama com Elano. A maior goleada da Copa América estava
assim estabelecida.
O Brasil seguiu criando jogadas de ataque, animando a torcida com um futebol objetivo.
As vaias dos outros jogos não
pintaram. Ao contrário, o bom
futebol fez a seleção rever os
aplausos. Assim, os venezuelanos têm para quem torcer.
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