São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2010

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Espanha "entorpece" a Alemanha

Circulação cadenciada de bola marca domínio espanhol e envolve alemães, mas gol sai pelo alto

DOS ENVIADOS A DURBAN

A circulação de bola espanhola "entorpeceu" a determinação alemã durante toda a partida, mas foi num lance que serviria bem aos altos jogadores da Alemanha que a Espanha obteve a vaga na decisão da Copa-2010.
Puyol subiu mais que os defensores alemães, acertou cabeçada no ângulo, aos 28min do segundo tempo, e determinou a vitória (1 a 0).
O lance fez justiça ao time que se impunha. Mas foi pelo chão que a Espanha massacrou uma Alemanha que havia goleado Inglaterra e Argentina nos mata-matas.
"Creio que nos sentimos melhor com a bola. Tivemos [diante dos alemães] pressão menor do que contra Paraguai e Chile. São seleções de menos nome, mas sofremos muito", disse o técnico espanhol, Vicente del Bosque.
Ontem, a Espanha não sofreu. Sua marcação avançada tirava espaço dos volantes Schweinsteiger e Khedira, e a saída de bola tinha de ser feita pelos tecnicamente limitados defensores Friedrich, Mertesacker e Boateng.
Foi esse último que tomou bronca de um irritado técnico Joachim Löw quando tentou lançamento, em bola tocada no vazio. O contra-ataque germânico não saía ou era lento e contido.
"Foi difícil dizer o que poderíamos ter feito. Quando tínhamos a bola, perdíamos rápido. Não tínhamos confiança para fazer a corrida ou o passe certo. A Espanha circulava a bola rápido. Era difícil ganhar a bola de volta", reconheceu Löw.
Apesar da visão do treinador, os passes da Espanha não eram rápidos, mas cadenciados: de Xavi a Iniesta, deste um recuo a Xabi Alonso, dali uma abertura a Pedro e o passe de volta a Xavi.
A inclusão de Pedro no time, no lugar de Fernando Torres, aumentou a ciranda espanhola. Depois de 30 minutos de jogo, 70% da posse de bola era da Espanha.
Foram poucas as chances de gol antes do intervalo. Mas o toque minava os alemães, que começaram a ceder espaços a conclusões.
O início da segunda etapa viu duas triangulações seguidas espanholas que por pouco não acabaram em gol.
Como um boxeador tonto, os alemães se abriram. No lance do gol, o zagueiro Puyol se adiantou para a área germânica e, após cobrança de escanteio, vazou Neuer.
A partir daí, a Alemanha voltou a ser Alemanha, deixando de lado seu processo de renovação. O atacante Mario Gómez entrou e as bolas eram levantadas na área de todos os lugares.
Mas foi a Espanha que esteve mais perto de aumentar o placar do jogo. Nem foi preciso. Os alemães já estavam de joelhos, como Schweinsteiger no apito final. (RODRIGO BUENO E RODRIGO MATTOS)


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