|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Espanha "entorpece" a Alemanha
Circulação cadenciada de bola marca domínio espanhol e envolve alemães, mas gol sai pelo alto
DOS ENVIADOS A DURBAN
A circulação de bola espanhola "entorpeceu" a determinação alemã durante toda
a partida, mas foi num lance
que serviria bem aos altos jogadores da Alemanha que a
Espanha obteve a vaga na
decisão da Copa-2010.
Puyol subiu mais que os
defensores alemães, acertou
cabeçada no ângulo, aos
28min do segundo tempo, e
determinou a vitória (1 a 0).
O lance fez justiça ao time
que se impunha. Mas foi pelo
chão que a Espanha massacrou uma Alemanha que havia goleado Inglaterra e Argentina nos mata-matas.
"Creio que nos sentimos
melhor com a bola. Tivemos
[diante dos alemães] pressão
menor do que contra Paraguai e Chile. São seleções de
menos nome, mas sofremos
muito", disse o técnico espanhol, Vicente del Bosque.
Ontem, a Espanha não sofreu. Sua marcação avançada tirava espaço dos volantes
Schweinsteiger e Khedira, e a
saída de bola tinha de ser feita pelos tecnicamente limitados defensores Friedrich,
Mertesacker e Boateng.
Foi esse último que tomou
bronca de um irritado técnico Joachim Löw quando tentou lançamento, em bola tocada no vazio. O contra-ataque germânico não saía ou
era lento e contido.
"Foi difícil dizer o que poderíamos ter feito. Quando tínhamos a bola, perdíamos
rápido. Não tínhamos confiança para fazer a corrida ou
o passe certo. A Espanha circulava a bola rápido. Era difícil ganhar a bola de volta",
reconheceu Löw.
Apesar da visão do treinador, os passes da Espanha
não eram rápidos, mas cadenciados: de Xavi a Iniesta,
deste um recuo a Xabi Alonso, dali uma abertura a Pedro
e o passe de volta a Xavi.
A inclusão de Pedro no time, no lugar de Fernando
Torres, aumentou a ciranda
espanhola. Depois de 30 minutos de jogo, 70% da posse
de bola era da Espanha.
Foram poucas as chances
de gol antes do intervalo.
Mas o toque minava os alemães, que começaram a ceder espaços a conclusões.
O início da segunda etapa
viu duas triangulações seguidas espanholas que por pouco não acabaram em gol.
Como um boxeador tonto,
os alemães se abriram. No
lance do gol, o zagueiro Puyol se adiantou para a área
germânica e, após cobrança
de escanteio, vazou Neuer.
A partir daí, a Alemanha
voltou a ser Alemanha, deixando de lado seu processo
de renovação. O atacante
Mario Gómez entrou e as bolas eram levantadas na área
de todos os lugares.
Mas foi a Espanha que esteve mais perto de aumentar
o placar do jogo. Nem foi preciso. Os alemães já estavam
de joelhos, como Schweinsteiger no apito final.
(RODRIGO BUENO E RODRIGO MATTOS)
Texto Anterior: Juca Kfouri: Poderosa Espanha Próximo Texto: País se une pela seleção e festeja ida à final Índice
|