São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2011

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De volta para o passado

Mano esconde treino, usa truque da época de clubes para enganar rival, mas se esforça para afastar qualquer semelhança com antecessor Dunga

MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A LOS CARDALES

Com a proximidade de sua primeira "decisão" no comando da seleção brasileira, o técnico Mano Menezes recorre às táticas que usava nos clubes nos quais trabalhou e que havia abandonado.
Ao mesmo tempo, o treinador faz força para se afastar de qualquer semelhança com Dunga, seu antecessor.
Amanhã, o Brasil enfrenta o Paraguai pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América da Argentina.
As duas seleções, as melhores da chave B, apenas empataram na estreia, o que torna decisivo o confronto de amanhã, em Córdoba.
Nesta semana, Mano retomou a velha tática do treino fechado para tentar enganar seu oponente, o técnico Gerardo Martino, argentino que dirige a seleção paraguaia.
Ninguém pôde ver a atividade, mas Mano fez chegar à imprensa a informação de que havia começado com o mesmo time titular que só empatou com a Venezuela.
E que havia trocado Ramires por Elano e Robinho por Lucas. Na entrevista coletiva que concedeu ontem, tratou de despistar mais uma vez.
"Vou deixar para anunciar o time apenas alguns momentos antes da partida."
Minutos depois, comandou um treino tático em que repetiu a formação com Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas Leiva, Ramires e Ganso; Robinho, Pato e Neymar.
Ontem, o goleiro Júlio César deixou o treino sentindo dores musculares na coxa direita. À noite, viajou com os demais jogadores a Córdoba.
No Corinthians, Mano usava eventualmente a tática de tentar enganar o rival. Treinava com uma formação e usava outra na hora de jogar.
Ao mesmo tempo em que usa esse tipo de artifício, o técnico faz de tudo para se afastar da imagem de Dunga.
As comparações surgiram depois que Mano impediu fotos e imagens do treino de anteontem. Tratar jornalistas como inimigos era característica marcante de Dunga.
Ontem, Mano passou uma boa parte do tempo perto da linha de fundo, onde se concentravam fotógrafos, cinegrafistas e repórteres.
Conversou descontraidamente e ouviu de uma equipe de TV da Argentina elogios sobre seu bom relacionamento com a imprensa.
"Mas, se eu não ganhar, isso não adianta nada", respondeu. E voltou a sorrir. "O hotel está bom, a comida está boa, mas, se a bola não entrar, nada disso adianta."
Depois do treino, pela primeira vez desde que chegou à Argentina, Mano usou uma das vans que transportam os jogadores para os quartos, a cerca de 500 metros.
Até ontem, o técnico era o único que andava separado, num Audi A4 com motorista.


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