São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

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Decisão terá maior renda da história

Final entre São Paulo e Inter arrecada mais de R$ 3 mi, mas torcida encontra velhos problemas para comprar bilhetes

Após venda, centralizada no Morumbi, ferir Estatuto do Torcedor, ingressos acabam e irritam quem esperava comprar em outros locais


Antônio Gaudério/Folha Imagem
À frente do reserva Bosco, o goleiro são-paulino Rogério, que já fez três gols nesta Libertadores, treina para o primeiro jogo da final


LUÍS FERRARI
TALES TORRAGA
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro de campo, a segunda final 100% brasileira da história da Libertadores da América. Ao redor dele, 71.576 pessoas que originarão a maior renda da história do futebol no país.
O primeiro ato da decisão entre São Paulo e Internacional, amanhã, às 21h45, no estádio do Morumbi, vai superar o recorde de arrecadação atingido no Brasil, na final da Libertadores do ano passado, quando os paulistas bateram o Atlético-PR e faturaram renda bruta de R$ 3.026.395,00. O público pagante foi de 71.986 pessoas.
A marca será atingida com menos ingressos à venda porque as entradas de alguns setores ficaram mais caras.
Bruno Balsimelli, sócio-proprietário da BWA, empresa que produz os ingressos, saboreava o recorde dois dias antes.
A certeza da marca, porém, não significou prestação de serviço melhor ao torcedor.
Anteontem, primeiro dia de venda de entradas, várias pessoas "madrugaram" na frente do Morumbi. O horário previsto para o funcionamento das bilheterias não foi seguido. O início foi antecipado, e o final, estendido. O São Paulo justificou as mudanças dizendo que fez isso para que ninguém saísse do estádio sem seu ingresso.
E a corrida pelos bilhetes surpreendeu tanto que, da carga total, sobraram só 1.680 para ser vendidos ontem, já que, além dos 55.941 comercializados no primeiro dia, tiveram que ser descontadas as entradas de sócios-torcedores (cerca de 4.200), as de detentores de cadeira cativa (9.200) e as que foram para o Internacional.
Devido à pouca quantidade, o São Paulo, sem aviso prévio, decidiu vender os 1.680 ingressos só no Morumbi. Inicialmente, mais postos receberiam os bilhetes excedentes -Pacaembu, Canindé, ginásio do Ibirapuera e estádio Bruno José Daniel-, mas o clube achou melhor vender tudo no estádio.
Pelo Estatuto do Torcedor, jogos de âmbito regional ou nacional devem ter ao menos cinco postos de venda em locais distintos da cidade.
Mas não houve falhas apenas na venda em guichês. Houve reclamações também pelo mau funcionamento da venda de bilhetes pela internet e pela livre ação de cambistas.
Alheio às críticas, o São Paulo disse que houve "sucesso" nas vendas, e que tudo correu de maneira mais organizada do que na final do ano passado.
Embora o clube declare oficialmente em seu site que a capacidade do Morumbi é de 80 mil pessoas, o estádio estará com poucos lugares vazios, mesmo vendendo 8.000 ingressos a menos que o total.
O excesso de pessoas na decisão de 2005 causou transtornos sérios para os torcedores. Vários ficaram fora do estádio e não conseguiram ver a decisão. Houve confronto com a polícia.
Se em São Paulo houve confusão, em Porto Alegre a procura por ingressos foi tranqüila. Dos 3.500 bilhetes destinados ao Inter desde domingo, 1.500 estavam à disposição na tarde de ontem. Os sócios do clube tinham preferência na compra do ingresso de R$ 40.
Para a partida de volta, na semana que vem, no Beira-Rio, serão 53 mil as vendidas a partir das 9h30 do domingo, nas bilheterias do estádio, segundo informou o clube. Os são-paulinos receberão 3.000 ingressos: 1.500 nas arquibancadas inferiores, e outras 1.500 nas arquibancadas superiores.


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