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Decisão terá maior renda da história
Final entre São Paulo e Inter arrecada mais de R$ 3 mi, mas torcida encontra velhos problemas para comprar bilhetes
Após venda, centralizada no
Morumbi, ferir Estatuto do
Torcedor, ingressos acabam
e irritam quem esperava
comprar em outros locais
Antônio Gaudério/Folha Imagem
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À frente do reserva Bosco, o goleiro são-paulino Rogério, que já fez três gols nesta Libertadores, treina para o primeiro jogo da final |
LUÍS FERRARI
TALES TORRAGA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dentro de campo, a segunda
final 100% brasileira da história da Libertadores da América.
Ao redor dele, 71.576 pessoas
que originarão a maior renda
da história do futebol no país.
O primeiro ato da decisão entre São Paulo e Internacional,
amanhã, às 21h45, no estádio
do Morumbi, vai superar o recorde de arrecadação atingido
no Brasil, na final da Libertadores do ano passado, quando os
paulistas bateram o Atlético-PR e faturaram renda bruta de
R$ 3.026.395,00. O público pagante foi de 71.986 pessoas.
A marca será atingida com
menos ingressos à venda porque as entradas de alguns setores ficaram mais caras.
Bruno Balsimelli, sócio-proprietário da BWA, empresa que
produz os ingressos, saboreava
o recorde dois dias antes.
A certeza da marca, porém,
não significou prestação de serviço melhor ao torcedor.
Anteontem, primeiro dia de
venda de entradas, várias pessoas "madrugaram" na frente
do Morumbi. O horário previsto para o funcionamento das
bilheterias não foi seguido. O
início foi antecipado, e o final,
estendido. O São Paulo justificou as mudanças dizendo que
fez isso para que ninguém saísse do estádio sem seu ingresso.
E a corrida pelos bilhetes
surpreendeu tanto que, da carga total, sobraram só 1.680 para
ser vendidos ontem, já que,
além dos 55.941 comercializados no primeiro dia, tiveram
que ser descontadas as entradas de sócios-torcedores (cerca
de 4.200), as de detentores de
cadeira cativa (9.200) e as que
foram para o Internacional.
Devido à pouca quantidade, o
São Paulo, sem aviso prévio, decidiu vender os 1.680 ingressos
só no Morumbi. Inicialmente,
mais postos receberiam os bilhetes excedentes -Pacaembu,
Canindé, ginásio do Ibirapuera
e estádio Bruno José Daniel-,
mas o clube achou melhor vender tudo no estádio.
Pelo Estatuto do Torcedor,
jogos de âmbito regional ou nacional devem ter ao menos cinco postos de venda em locais
distintos da cidade.
Mas não houve falhas apenas
na venda em guichês. Houve reclamações também pelo mau
funcionamento da venda de bilhetes pela internet e pela livre
ação de cambistas.
Alheio às críticas, o São Paulo
disse que houve "sucesso" nas
vendas, e que tudo correu de
maneira mais organizada do
que na final do ano passado.
Embora o clube declare oficialmente em seu site que a capacidade do Morumbi é de 80
mil pessoas, o estádio estará
com poucos lugares vazios,
mesmo vendendo 8.000 ingressos a menos que o total.
O excesso de pessoas na decisão de 2005 causou transtornos sérios para os torcedores.
Vários ficaram fora do estádio e
não conseguiram ver a decisão.
Houve confronto com a polícia.
Se em São Paulo houve confusão, em Porto Alegre a procura por ingressos foi tranqüila.
Dos 3.500 bilhetes destinados
ao Inter desde domingo, 1.500
estavam à disposição na tarde
de ontem. Os sócios do clube tinham preferência na compra
do ingresso de R$ 40.
Para a partida de volta, na semana que vem, no Beira-Rio,
serão 53 mil as vendidas a partir das 9h30 do domingo, nas
bilheterias do estádio, segundo
informou o clube. Os são-paulinos receberão 3.000 ingressos:
1.500 nas arquibancadas inferiores, e outras 1.500 nas arquibancadas superiores.
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