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entrevista
Flagrada sai em defesa de treinador
FLÁVIA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Lucimara Silvestre, 24,
resolveu falar sobre o
maior escândalo de doping
do atletismo brasileiro.
Suspensa por uso de
EPO, a atleta que compete
no heptatlo (sete provas
combinadas) diz que manterá a confiança no técnico
Jayme Netto Jr. e que trabalhará com ele quando
retomar sua carreira.
Dizendo-se "muito confusa e perplexa" pelo que
ocorreu, ela está em Presidente Prudente (a 565 km
de São Paulo), hospedada
na casa de amigos.
Segundo Lucimara, todos os atletas envolvidos
têm a intenção de se manifestar sobre o assunto e,
principalmente, "provar
que o que está acontecendo com Jayme é injusto".
Ela afirma que não sabia
que estava utilizando doping. As doses de EPO
eram ministradas como
aminoácidos, alega.
FOLHA - Como é para você falar sobre o assunto?
LUCIMARA SILVESTRE - Estamos com medo de falar,
várias coisas passam pela
cabeça da gente... O que eu
sei é que o que está acontecendo com o Jayme é injusto. Confiamos plenamente nele. Confio nele de
olhos fechados e ele sempre quis o nosso bem e
sempre foi um ótimo treinador. Repito: confio nele
de olhos fechados e vou
voltar e treinar com ele.
FOLHA - Como você está se
sentindo com tudo isso?
LUCIMARA - Não sei nem o
que estou sentindo, porque jamais esperei passar
por algo assim. O mundo
caiu na minha cabeça. Ainda estou muito confusa.
FOLHA - Você nunca imaginou que seria flagrada?
LUCIMARA - A única coisa
que sei é que eu era uma
simples atleta que não tinha nada com isso e que
agora está pagando um
preço caríssimo.
FOLHA - Você disse que o Jayme é inocente, mas ele assumiu tudo sozinho. Então, de
quem é a culpa?
LUCIMARA - Se você quiser
falar a meu respeito, tudo
bem. Mas, se for para
apontar culpados, aí não é
comigo. E não trabalho para quem compete julgar.
FOLHA - Você sabia o que estava tomando? Você se sentiu
enganada?
LUCIMARA - Eu achei que
era aminoácido, jamais faria qualquer coisa que prejudicasse a minha carreira.
A minha vida sempre foi
o atletismo. Eu só sei fazer
isso, e é isso que amo mais
do que tudo...
FOLHA - Como o medicamento foi adquirido? Vocês tiveram que comprar?
LUCIMARA - Não, nunca.
Nós não pagamos nada.
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