São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009 |
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MOTOR "Animal! Estúpido! Navalha!"
FÁBIO SEIXAS EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE "MOSS TESTA carros nacionais" é a matéria de capa da "Quatro Rodas" de janeiro de 1969 que, sei lá por que, repousa sobre minha mesa. Abro a revista. Um anúncio exaltando o "perfume másculo" do desodorante Alert. Outro da Tapeland, "a loja da fita estereofônica", no centro de São Paulo. Mais à frente, um da Honda, "a motocicleta ligeira como um pôtro". Ri com a propaganda dos óculos Ret-Lux. "Animal! Estúpido! Navalha! Mesmo que você saiba xingar bem, o melhor remédio contra o ofuscamento dos faróis é o óculos antifarol e antineblina Ret-Lux". E lamentei que a menção para a capa da "Realidade" daquele mês nunca tenha se confirmado: "O câncer está com os dias contados". Ao automobilismo... Com a F-1 em férias, a Argentina recebia sua Temporada Internacional de F-2. O Brasil aproveitava a visita de celebridades das pistas ao 6º Salão do Automóvel para testes de alguns novos modelos. Moss, Ludvigsen e Wilkins testaram o Opala, o Galaxie LTD, o Esplanada, o Corcel, o Puma II e o Volks 1300. E também para fazer lobby por Interlagos. Que recebeu um diagnóstico furadíssimo de Moss. Segundo ele, o circuito não poderia receber a F-1: "Teriam problemas com a mistura de trechos de alta e baixa velocidade". Mas o que mais chama a atenção é um trecho da reportagem sobre o Mundial, que começaria em dois meses: "Sempre foi êste o objetivo dos homens que fazem as leis do automobilismo: mudar as fórmulas para permitir que a tecnologia se desenvolva. Pena que custe tão caro". Hoje, acontece o contrário. A FIA congela as regras e deixa a tecnologia de lado para baixar custos. Uma necessidade, mas que erode a alma da categoria, equilibra artificialmente a competição. Há 40 anos era mais legal. E ainda tinha a lanchonete Hot Rod, na rua da Consolação, que, além de oferecer "músicas importadas para a juventude", fazia "projeções de corridas famosas, derrapagens, capotamentos, loucuras ao volante e modêlos de carangos novos". NOTA CINCO No quesito promoção, os organizadores da Stock em Salvador merecem nota 10. Em termos técnicos, a nota é 0. O circuito é estreito e há duas absurdas chicanes improvisadas com pneus que são prato cheio para bandeiras amarelas. Que para 2010, com mais tempo para trabalhar, o traçado seja repensado. PRESSA ZERO Se depender de pressão da Ferrari, Massa só volta à F-1 no ano que vem ou bem no fim da temporada. Realista, a equipe sabe das limitações do carro e das exíguas possibilidades de fazer algo neste resto de campeonato. E, de quebra, ganhará um belo cartaz com Schumacher. fabioseixas.folha@uol.com.br Texto Anterior: Crise atenua os efeitos do bom legado Próximo Texto: O que ver na TV Índice |
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