Scolari tenta vencer a primeira para não igualar jejum de antecessores

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Se o Palmeiras não vencer o Goiás, hoje à tarde, em Goiânia, terminará a quinta partida consecutiva sem somar três pontos e atingirá seu maior jejum na temporada.
Tal série negativa o clube não experimenta há mais de um ano. Em maio de 2009, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o time perdeu de Sport e Internacional e empatou com São Paulo, Nacional (URU) e o então Barueri, hoje Grêmio Prudente.
O primeiro e o último jogo daquela sequência valeram pela Libertadores. Se forem levados em conta apenas confrontos em Campeonatos Brasileiros, que é o caso atual, a última abstinência igual aconteceu em 2007.
Nas mãos de Caio Júnior, o Palmeiras empatou com o São Paulo, perdeu para o Cruzeiro, empatou com o Botafogo e foi derrotado por Goiás e Atlético-PR.
O que torna muita coisa diferente dos jejuns anteriores é quem está no banco dirigindo a equipe e em qual contexto isso vem acontecendo.
Luiz Felipe Scolari, sonho antigo do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e da torcida palmeirense, chegou carregando a responsabilidade de devolver ao clube os anos gloriosos da década de 90.
Tão ou mais badalado que contratações como a do atacante Kleber e a do meia Valdivia, ele optou por não ficar na beira do gramado no clássico contra o Santos, quando seu auxiliar, Flávio Murtosa, orientou o grupo na vitória por 2 a 1. Foi a última do time.
Desde então, o técnico campeão mundial em 2002 comandou a equipe quatro vezes, todas sem sucesso. Depois de uma derrota para o Avaí (4 a 2), vieram três empates: Botafogo (2 a 2), Ceará (0 a 0) e Corinthians (1 a 1).
O aproveitamento de 25% do técnico até aqui já causou mudança em seu discurso.
Se antes do jogo contra o Corinthians ele exibiu calma ao dizer que o jejum não lhe causava "dor de barriga", anteontem as palavras soaram bem menos descontraídas.
"Só ganhar", respondeu quando indagado sobre o que esperava do Palmeiras para o confronto desta tarde. O clube chegou à 13ª rodada na 11ª colocação, com 15 pontos, 11 a menos que o Fluminense, líder do Brasileiro.
"O resto eles vêm fazendo", completou Scolari. "Taticamente a equipe vem se portando bem. É a soma dos três pontos que eu estou esperando", disse o técnico.
Diante da estreia na Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira, os atletas reconhecem que vencer hoje será fundamental não apenas para "presentear" o treinador como também para deixar o time em melhor situação no Brasileiro caso o foco mude para o torneio internacional.
"Pelo que a gente tem apresentado, só está faltando vencer", afirmou o volante Márcio Araújo, afinado com o "chefe". Ninguém quer prolongar essa série.


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