Time se vê ameaçado por sistema criado para poupar grandes na Argentina

LEONARDO LOURENÇO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O River Plate, clube com a segunda maior torcida da Argentina, estreia hoje no Torneio Apertura, o primeiro turno do campeonato local. E entra em campo, contra o Tigre, com a corda no pescoço.
Maior campeão nacional, com 33 títulos, o River inicia a temporada 2010/2011 dentro da zona de rebaixamento, à frente apenas de All Boys, Quilmes e Olimpo, que subiram à elite neste ano.
Isso graças ao bizarro formato que determina os clubes que são rebaixados à segunda divisão do Argentino.
Introduzido em 1983, o promedio é a média de pontos que cada equipe conquistou, por partida, nas últimas três temporadas (somados os dois turnos do torneio).
Ele protege os clubes tradicionais e dificulta a permanência dos times que subiram, já que seus pontos são divididos apenas pelos 38 jogos de uma temporada.
Mesmo assim, o River, um dos três que nunca caíram na Argentina, ao lado de Boca Juniors e Independiente, começa o campeonato em 17º no promedio, posição que o faria disputar uma vaga contra o quarto colocado do torneio de acesso -os dois últimos caem direto.
O clube inicia o campeonato com promedio 1,105. Foram 84 pontos em 76 jogos.
Para evitar o vexame, o River aposta na reformulação do elenco, comandado pelo técnico Angel Cappa, responsável pelo vice-campeonato do pequeno Huracán no Clausura em 2009.
Para esta temporada, 16 atletas foram dispensados e nove jogadores foram contratados. "E ainda estamos no mercado", reforçou o presidente do clube, o ex-zagueiro Daniel Passarela.
Apesar do sufoco no promedio, as mudanças no plantel colocam o River entre os que devem lutar pelo título do Apertura e uma vaga para a Libertadores, torneio que não disputou neste ano.
"Isso será dito durante o campeonato", afirmou Cappa, tentando afastar favoritismos, seja para o título, seja para a fuga da degola.


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