São Paulo, segunda-feira, 08 de agosto de 2011

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DO OUTRO LADO

Atacante da Alemanha, o paulista Cacau encara o Brasil pela 1ª vez e não sabe se irá comemorar gol

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

O amistoso de quarta-feira entre Brasil e Alemanha será o jogo mais especial da carreira do atacante Cacau, 30.
Nascido Claudemir Jeronimo Barreto, em Santo André (SP), virou cidadão alemão em 2009. Desde então, fez 17 jogos e quatro gols pela Alemanha. Vai encarar a seleção brasileira pela primeira vez.
"Se fizer um gol, não sei se vou comemorar", disse à Folha, por telefone, horas depois de ter estreado no Campeonato Alemão. "É difícil dizer, acho que vai ser espontâneo. Quero aproveitar esses momentos antes do jogo."
Na Copa de 2010, após anotar um gol contra a Austrália, o atacante fez uma das comemorações mais espontâneas e emocionadas do Mundial. Na ocasião, disse ser "100% alemão e 100% brasileiro".
Hoje, ao falar sobre familiares e amigos brasileiros, Cacau dá uma pista. "Espero que eles torçam para a Alemanha", comentou. "Muitos já falaram que vão torcer para que eu faça uma boa partida, quem sabe até um gol."
A outra coincidência do amistoso desta semana é o local: o jogo será na Mercedes-Benz Arena, casa do Stuttgart, clube que Cacau defende desde 2003, e do qual é capitão. "Isso só torna a situação ainda mais especial, faz de tudo algo indescritível."
Cacau nunca jogou profissionalmente no Brasil. Foi levado por um amigo da família direto da várzea para o Turk Guçu Munchen, um time da quinta divisão alemã.
Dali, passou para o time B do Nuremberg, que disputava a quarta divisão. Logo pulou para o time de cima. Seus gols chamaram a atenção do Stuttgart, onde está há oito temporadas e foi campeão em 2006/2007. E de onde não tem a menor vontade de sair: "Estou muito bem, muito satisfeito", afirmou.
No mesmo estádio onde vai enfrentar o Brasil, Cacau fez um gol anteontem, na vitória do Stuttgart (3 a 0) sobre o Schalke 04, pelo Alemão.
Ao contrário de vários conterrâneos, Cacau nunca sofreu com racismo na Europa.
"Muita gente me dizia para tomar cuidado na Alemanha, mas sempre fui muito bem recebido aqui", disse o torcedor do Corinthians.
"Vi alguns jogos do Brasil na Copa América, o time tem muitos talentos, Neymar, Ganso, Lucas, que vão despontar até 2014", opinou. "Só precisa de entrosamento."
Aos 30, Cacau prefere não fazer projeções para a Copa-14. "Quero pensar na Euro [disputada em 2012]. O futuro fica para depois..."


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