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MOTOCICLISMO
Organizador da etapa do Mundial no país desdenha de promoções de venda de ingressos feitas pela Indy
GP do Rio ainda paga dívidas para se consolidar no país
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O GP Brasil de motociclismo está se consolidando no calendário
do Rio, embora as dívidas contraídas em 1995 e 1996 ainda estejam sendo pagas.
"Os primeiros dois anos foram
desastrosos", declarou Moacir
Galo, diretor da Vadam Internacional, empresa que organiza a
etapa brasileira do Mundial de
motociclismo há cinco anos.
"Mas hoje estabilizamos o evento, e nossa perspectiva é muito
boa", acrescentou o empresário.
Galo não divulga o valor da dívida atual. "Dizem que dívida não
se paga, se administra. Nossa dívida está sendo bem administrada."
Este ano foram gastos US$ 6 milhões com a promoção do evento.
Esse dinheiro vem, em sua maior
parte, de patrocinadores, como o
ABN Amro Bank, a Rede Globo, a
Petrobras, a Honda e a Audi.
Se, por um lado, os patrocínios
garantem a viabilidade da corrida
brasileira, por outro, Galo não admite fazer promoções similares às
da Indy, também realizada no
Rio, há seis meses.
As entradas para o GP Brasil de
motociclismo, que seria ontem à
tarde, são "salgadas" para o consumidor médio. A arquibancada
descoberta saiu por R$ 30. Para
lugares cobertos, o valor chegou a
R$ 90. Já o espectador que pudesse se dar ao luxo de assistir à prova
no VIP Village -com direito a
ar-condicionado e serviço de bufê- teve que pagar R$ 900.
"Não faço ingresso a preços populares porque ninguém compra.
Fizeram isso aqui no Rio (no GP
da Indy), e ninguém veio."
A organização da Rio-200, etapa
brasileira da Indy, chegou a abrir
os portões durante um dos treinos livres e, mesmo assim, a presença de público foi irrisória.
"Isso aqui é negócio. Essas pessoas têm que estudar na Escola
Superior de Propaganda e Marketing primeiro, para depois poder
fazer uma pós em Harvard."
Para o promotor do GP Brasil
de motociclismo, caso a organização tivesse baixado os preços das
entradas, o público desconfiaria
da qualidade do evento.
"Posso oferecer um camarote
VIP por R$ 100. Mas aí estarei enganando o torcedor. Ninguém vai
ter luxo por R$ 100."
Galo lembra que, há três anos,
fez uma promoção, vendendo entradas para uma arquibancada
por R$ 5 e outra por R$ 15. Segundo ele, os ingressos mais baratos
tiveram menos procura.
"O público tem uma desconfiança de cara. Se você colocar
preços muito baratos, as pessoas
pensam que seu produto é vagabundo. Não faço caridade. Isso é
um desrespeito com quem paga."
A meta da Vadam é, para o futuro, conseguir pagar o GP Brasil
somente com o dinheiro vindo da
venda de ingressos. "Nos outros
países, a bilheteria paga o evento."
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