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Dez dos 14 candidatos mais ligados com a entidade fracassam na disputa por vagas nas eleições
Urnas varrem aliados da CBF
DA REPORTAGEM LOCAL
Os defensores da CBF no Congresso Nacional e os candidatos
apadrinhados pela entidade fracassaram nas eleições 2002.
Encabeçados pelo presidente
vascaíno Eurico Miranda, não
conseguiram se eleger dez dos 14
integrantes de uma lista de candidatos que inclui presidentes de federações aliadas da CBF e membros das "bancadas da bola" nas
CPIs que investigaram o futebol.
Muitos deles tiveram votações
que não passaram nem perto das
registradas em pleitos passados.
Eurico (PPB-RJ) conseguiu
25.033 votos, menos de um quarto do que obteve em 1998. No ano
passado, ele foi o principal articulador do grupo que barrou o relatório do deputado Sílvio Torres
na CPI da CBF/Nike. O texto trazia indícios do envolvimento do
presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em crimes financeiros.
"O resultado saiu, e eu não estou reeleito. De duas uma: ou o
vascaíno foi induzido pela campanha da mídia que não queria a
minha eleição, ou alguma coisa
estranha aconteceu. Estou apurando. Se tiver acontecido alguma
coisa, vou recorrer ao TRE. Se
não, se efetivamente eu tiver esse
número de votos, tudo bem. Aceito", disse Eurico, que afirmou não
temer problemas judiciais com a
perda da imunidade parlamentar.
"Processos são processos. Só isso. Todos podem ser processados.
Abrir um é a coisa mais fácil do
mundo. Não fiz nada. Não temo
nada. Tanto faz se corre no STF
ou no juizado comum", concluiu.
Um dos motivos do fiasco pode
ter sido o mau desempenho do
Vasco sob seu comando. Desde
que assumiu a presidência do clube, em janeiro de 2001, o time não
ganhou nenhuma competição.
Parceiro do vascaíno na sessão
que derrubou o relatório de Torres da CPI, José Lourenço
(PMDB-BA) é outro que não se
reelegeu. O deputado, que está na
Câmara desde 1983, somou
28.776 votos, pouco mais da metade do que nas últimas eleições.
"Ele está sem condições de falar
agora. Talvez só fale na semana
que vem. Está um clima muito pesado em todo o andar aqui na Câmara", disse Dina Almeida, chefe
de gabinete do político baiano.
Outros dois deputados da "bancada da bola" não terão cargos na
próxima legislatura. Luciano Bivar (PSL-PE), presidente do
Sport, era suplente na derrotada
candidatura de Carlos Wilson
(PTB-PE) ao Senado. E o radialista Nelo Rodolfo (PMDB-SP) não
conseguiu votos para se reeleger.
No Senado, os três principais
aliados da CBF também fracassaram: Maguito Vilela (PMDB-GO),
Gilberto Mestrinho (PMDB-AM)
e Gilvam Borges (PMDB-AP).
Os dois primeiros tentavam,
respectivamente, os governos de
Goiás e do Amazonas. Borges ficou na terceira colocação na disputa para senador pelo Amapá.
Além de menos apoio dos aliados antigos, o comando do futebol brasileiro também não contará com a ajuda de novos quadros.
Três presidentes de federações
estaduais, todos com fortes ligações com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tiveram seus planos eleitorais frustrados.
Chefe da delegação brasileira na
conquista do penta na Ásia e presidente da federação de Brasília,
Weber Magalhães (PFL-DF) deve,
segundo suas próprias projeções,
ficar com a quinta suplência entre
os deputados federais da capital.
"Não consegui o que eu queria
mas, para uma primeira eleição,
acho que fui bem", diz Magalhães,
que espera assumir a Secretaria de
Esportes, caso Joaquim Roriz ganhe a eleição para governador.
Onaireves Moura (PSD-PR)
passou por experiência parecida.
O presidente da Federação Paranaense, que também já chefiou
delegações da seleção brasileira
no exterior, colheu apenas 6.339
votos e não ficou nem entre os
cem mais votados na disputa para
a Assembléia de seu Estado.
Em Rondônia, Heitor Costa
(PSD), presidente da federação
local e amigo de Teixeira, teve
3.652 votos e não conseguiu se
eleger deputado federal.
Entre os deputados mais atuantes da "bancada da bola", os únicos sobreviventes para a próxima
legislatura são José Rocha (PFL-BA), José Mendonça (PFL-PE),
Darcísio Perondi (PMDB-RS) e
José Janene (PPB-PR).
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