São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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Sem escolha

Escuderia que sempre criticou e renegou o jogo de equipe , campeã Red Bull terá que recorrer à estratégia pelo Mundial de Pilotos se Vettel e Webber estiverem na frente em Abu Dhabi

DE SÃO PAULO

Na semana em que ganhou seu primeiro Mundial de Construtores, a Red Bull vai ter que engolir o discurso que manteve o ano inteiro.
Com a dobradinha de ontem em Interlagos -a quarta da temporada-, a escuderia abriu 48 pontos para a McLaren e não pode mais ser alcançada na última etapa da F-1, o GP de Abu Dhabi.
Mas se a situação já está resolvida entre as equipes, continua absolutamente nebulosa entre os pilotos.
Para depender de seus próprios resultados para fazer a dobradinha de títulos em 2010, a Red Bull precisará recorrer ao jogo de equipe que renegou e criticou durante toda a temporada.
Isso porque se Fernando Alonso repetir nos Emirados Árabes o terceiro lugar de ontem e a campeã dos construtores fizer nova dobradinha, ela só terá o campeão entre os pilotos se Mark Webber terminar em primeiro, e Sebastian Vettel, em segundo.
Assim, se o alemão estiver na liderança, terá que dar passagem para o companheiro, que com essa combinação de resultados conquistaria seu primeiro título.
"A situação é bem simples do meu ponto de vista. Em menos de uma semana estaremos correndo de novo e temos de esperar para ver o que acontece. Nunca podemos saber ao certo como estarão as coisas", tentou driblar Vettel ao ser questionado se, diante deste cenário, cederia a vitória a Webber.
Com a insistência dos jornalistas, emendou. "Falta só uma semana... Quando eu era pequeno, não gostava que meus pais não respondessem as coisas pra mim. Agora é minha vez de fazer suspense com vocês", falou o ganhador da prova brasileira, que mais tarde deu a entender que cederia a vitória.
Para Webber, será hora de a equipe definir se seguirá com seu comportamento esportivo. "O Fernando já ganhou pontos desta maneira neste ano. Não foi a primeira e não será a última vez que algo assim acontece", afirmou o piloto australiano.
Christian Webber, chefe do time, fez questão de afirmar que não interferirá na disputa dos pilotos.
"Vai ser uma decisão deles, mas se olhar para a personalidade deles é fácil saber que farão o melhor para garantir o melhor resultado possível para o time", afirmou o dirigente.
"Apoiamos ambos igualmente, os dois pilotam para a equipe e tenho zero dúvida que não ajudariam o time."
O drama final é um novo capítulo na tensa situação da Red Bull, que teve novos capítulos neste fim de semana com reclamações de Webber.
O australiano disse em São Paulo que o time estava emocionalmente ligada a Vettel.
No GP da Inglaterra, ele havia escancarado a preferência do time pelo alemão ao celebrar sua vitória dizendo, via rádio, que o resultado "não era nada mal para um segundo piloto".
Ontem, na celebração do título de construtores, esse desconforto ficou evidente.
Enquanto mecânicos festejavam erguendo Vettel, Webber comemorava de forma discreta, abraçando poucas pessoas. E mostrava pressa em deixar Interlagos enquanto o companheiro participava de transmissões ao vivo de várias TVs europeias.(CA, MM, PC, SM E TC)


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