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Sem escolha
Escuderia que sempre criticou e renegou o jogo de equipe ,
campeã Red Bull terá que recorrer à estratégia pelo Mundial de
Pilotos se Vettel e Webber estiverem na frente em Abu Dhabi
DE SÃO PAULO
Na semana em que ganhou seu primeiro Mundial
de Construtores, a Red Bull
vai ter que engolir o discurso
que manteve o ano inteiro.
Com a dobradinha de ontem em Interlagos -a quarta
da temporada-, a escuderia
abriu 48 pontos para a McLaren e não pode mais ser alcançada na última etapa da
F-1, o GP de Abu Dhabi.
Mas se a situação já está resolvida entre as equipes,
continua absolutamente nebulosa entre os pilotos.
Para depender de seus
próprios resultados para fazer a dobradinha de títulos
em 2010, a Red Bull precisará
recorrer ao jogo de equipe
que renegou e criticou durante toda a temporada.
Isso porque se Fernando
Alonso repetir nos Emirados
Árabes o terceiro lugar de ontem e a campeã dos construtores fizer nova dobradinha,
ela só terá o campeão entre
os pilotos se Mark Webber
terminar em primeiro, e Sebastian Vettel, em segundo.
Assim, se o alemão estiver
na liderança, terá que dar
passagem para o companheiro, que com essa combinação de resultados conquistaria seu primeiro título.
"A situação é bem simples
do meu ponto de vista. Em
menos de uma semana estaremos correndo de novo e temos de esperar para ver o que
acontece. Nunca podemos
saber ao certo como estarão
as coisas", tentou driblar
Vettel ao ser questionado se,
diante deste cenário, cederia
a vitória a Webber.
Com a insistência dos jornalistas, emendou. "Falta só
uma semana... Quando eu
era pequeno, não gostava
que meus pais não respondessem as coisas pra mim.
Agora é minha vez de fazer
suspense com vocês", falou o
ganhador da prova brasileira, que mais tarde deu a entender que cederia a vitória.
Para Webber, será hora de
a equipe definir se seguirá
com seu comportamento esportivo. "O Fernando já ganhou pontos desta maneira
neste ano. Não foi a primeira
e não será a última vez que algo assim acontece", afirmou o piloto australiano.
Christian Webber, chefe
do time, fez questão de afirmar que não interferirá na
disputa dos pilotos.
"Vai ser uma decisão deles, mas se olhar para a personalidade deles é fácil saber
que farão o melhor para garantir o melhor resultado
possível para o time", afirmou o dirigente.
"Apoiamos ambos igualmente, os dois pilotam para a
equipe e tenho zero dúvida
que não ajudariam o time."
O drama final é um novo
capítulo na tensa situação da
Red Bull, que teve novos capítulos neste fim de semana
com reclamações de Webber.
O australiano disse em São
Paulo que o time estava emocionalmente ligada a Vettel.
No GP da Inglaterra, ele
havia escancarado a preferência do time pelo alemão
ao celebrar sua vitória dizendo, via rádio, que o resultado
"não era nada mal para um
segundo piloto".
Ontem, na celebração do
título de construtores, esse
desconforto ficou evidente.
Enquanto mecânicos festejavam erguendo Vettel,
Webber comemorava de forma discreta, abraçando poucas pessoas. E mostrava pressa em deixar Interlagos enquanto o companheiro participava de transmissões ao vivo de várias TVs europeias.(CA, MM, PC, SM E TC)
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