São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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Titulares do Corinthians conquistaram quase sete vezes mais troféus que os atletas que fazem o time-base do Santos

Corintianos dão lição de título a santistas

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são jovens, talentosos e... vencedores. Eles também são jovens, talentosos e... querem vencer. Sem contar diferenças técnicas e táticas, corintianos e santistas, que começam a decidir hoje o Brasileiro-2002, são separados pela enorme diferença de títulos conquistados por seus jogadores.
Os 11 corintianos que estarão em campo hoje, no Morumbi, já sentiram o sabor de serem campeões pelo menos duas vezes.
Somados, contam 44 conquistas de todos os tipos -estadual, regional, nacional e internacional.
Do time-base santista deste Brasileiro, apenas dois jogadores já tiveram o gostinho de levantar troféus. O goleiro Fábio Costa, em cinco oportunidades, sempre pelo Vitória, e o atacante Alberto, por três vezes, uma delas pelo Palmeiras -a Copa dos Campeões em julho de 2000.
Além deles, o meia Robert, que atualmente é reserva no Santos, venceu quatro campeonatos.
Só o volante corintiano Vampeta, que desfalca o Corinthians hoje, tem quase mais triunfos que todo o grupo santista reunido. São 11 títulos conquistados, entre eles o Mundial de Clubes da Fifa, em janeiro de 2000, além de dois Nacionais (1998 e 1999), os três pelo clube do Parque São Jorge.
No grupo corintiano, alguns jogadores consagrados, como o lateral-direito Rogério (sete títulos) e o atacante Guilherme (oito), possuem entre suas conquistas a cobiçada Taça Libertadores da América, mas não sabem ainda o que é vencer um Nacional.
Os dois já passaram raspando. Rogério foi vice-campeão em 1997, pelo Palmeiras. Guilherme perdeu a final da edição de 1999, exatamente para o Corinthians.
Pelo Santos, ninguém do atual elenco teve o gostinho de erguer a taça de campeão do Brasileiro.
"Eu sei bem qual é a dimensão desse título para o Santos. Afinal, sou torcedor do time, e o último título comemorei quando tinha nove anos", declarou Alberto, referindo-se à conquista do Paulista de 1984 pelo time do litoral, última glória de peso do clube, justamente em cima do rival de hoje.
É verdade que alguns santistas, como o zagueiro Alex e o atacante Robinho, disputam agora a primeira competição profissional.
"O Robinho está vivendo o início de um apogeu. Ele ainda não é um homem, sua personalidade está em formação. Pode ainda conseguir muitas glórias", diz o técnico Leão, que conquistou o Brasileiro de 1987 pelo Sport.
Para o técnico Parreira, o fato de o adversário não ser um papão de títulos pode ser favorável ao time corintiano. "Vai depender de como eles irão lidar com isso [a fila". Serão duas decisões. Se eles vierem com volúpia para cima da gente e perderem direi que, com a vantagem, teremos 95% de chance de conquistar o título", afirmou ele, que não acredita que o Santos irá "tremer" nas finais.
"Eles eliminaram dois grandes times [São Paulo e Grêmio" e têm tudo para jogar a final sem tremer. O Santos tem sido a grande equipe do Brasileiro, tem jogado um grande futebol", acrescentou.
"Mas o meu trabalho fica muito facilitado. Trabalhamos aqui no Corinthians com jogadores acostumados a serem campeões", completou o técnico corintiano.
Para o goleiro Doni, enfrentar o Corinthians em decisões é uma tarefa bem indigesta. "Jogar contra o Corinthians é complicado. Eu já joguei contra em final [pelo Botafogo-SP no Paulista-2001". Graças a Deus estou do lado de cá agora. Todo mundo quer vir para cá. Afinal, o time ganha tudo", disse o camisa 1 corintiano, que conquistou no primeiro semestre deste ano, na reserva de Dida, o Rio-SP e a Copa do Brasil.


Colaborou Rodrigo Bertolotto, enviado especial a Santos


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