São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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Serginho tomou droga imprópria para seu caso

DA REPORTAGEM LOCAL

Um exame de sangue de 11 de agosto mostra que Serginho tomava digoxina, utilizada para tratar insuficiência cardíaca.
O documento, incluído no prontuário do zagueiro no Incor e no inquérito, contesta a versão da família: a de que ele jamais tomou medicações.
O exame, realizado na clínica São Caetano Saúde, tem como médico requerente Paulo Forte, da equipe do ABC paulista.
"Esse exame será encaminhado à Unifesp com os outros laudos para análise de como se relacionam o diagnóstico do Incor, a causa da morte e o remédio que lhe era ministrado" afirma o promotor Rogério Leão Zagallo. Ele deve denunciar Nairo Ferreira de Souza e Paulo Forte por homicídio doloso. Anteontem, o STJD já os suspendeu do futebol por 2 anos e 4 anos, respectivamente, e multou o clube em R$ 50 mil.
Nabil Ghorayeb, presidente do Departamento de Esporte da Sociedade Brasileira de Cardiologia, disse à Folha que a digoxina é considerada proibida para miocardiopatia hipertrófica -problema de Serginho- e, no seu entender, "esquisita em atletas de alto nível", por diminuir a pulsação. "Como atletas tendem a ser bradicardíacos [reduzem o batimento a menos de 60 por minuto], há risco de arritmia. É como tocar piano com luva de boxe."


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