São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

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RODRIGO BUENO

Apenas um latino-americano


Mais além das conquistas inéditas de Lanús e Arsenal de Sarandí, continente assiste a uma revolução de "pequenos"


A RSENAL , Audax, Lanús, Mineros, Potosí, San Martín, Luqueño... Ainda faltam clubes na Libertadores-2008, mas a marca da novidade já está estampada, pelo segundo ano seguido, no principal interclubes da América (em 2007, foram seis estreantes, maior número desde os anos 60). O futebol do continente vê uma revolução sem Hugo Chávez e Evo Morales. E não é algo dos últimos dias, apesar do simbólico título do Arsenal de Sarandí na Sul-Americana, do inédito título do Lanús na Argentina e do não menos surpreendente vice do Tigre.
No ano que vem, Arsenal e Lanús debutarão na Libertadores, assim como o Club Deportivo Universidad de San Martín de Porres (!). O Audax jogará só sua segunda edição, a segunda seguida. O temido Real Potosí vai apenas para a terceira Libertadores, da mesma forma que o Sportivo Luqueño (o Flu também chega pela terceira vez, mas é um grande de um país enorme). Maracaibo e Mineros de Guayana jogarão só pela quarta vez a nobre disputa, e o segundo não alcançou uma vez a fase de grupos.
O que está acontecendo? Decadência de grandes? Peñarol e Olimpia, recordistas em participações na Libertadores (37 e 35 vezes, respectivamente), de novo estão fora. Já são três edições seguidas sem o gigante uruguaio, quatro se pensarmos que o Peñarol não foi em 2005 à fase de grupos. E o Olimpia não é campeão paraguaio desde 2000. A Copa Sul-Americana tem sido ótima para times como o Cienciano, campeão de 2003, mas os grandes, exceção feita à maioria dos brasileiros, levam a sério o torneio. O Boca já foi bi, e o decadente River Plate (sem taça internacional no século e há sete ligas nacionais na fila) se matou para tentar superar o Arsenal da família Grondona, que, pelo que vi na TV, não influenciou a arbitragem a ponto de manchar o mais recente título continental, como sugeriu o técnico do gigante mexicano América, o argentino Daniel Brailovsky.
A Colômbia, que estreou na Libertadores passada Cúcuta e Pasto, quase consagrou o Atlético Huila. Na Bolívia, San José e La Paz estão por cima. Isso depois de o Potosí ficar no topo (!) pela primeira vez. A ficha dos grandes precisa cair. Que o diga o Corinthians number 1.

APENAS NO NÍVEL DO MAR
O presidente do Flamengo, Márcio Braga, soltou palavrão ao ser informado pela coluna que o Real Potosí está na Libertadores de 2008. O dirigente disse, em meio à disputa continental deste ano, que o rubro-negro não jogaria mais na altitude. Perguntei a ele se será assim mesmo. E veio a seguinte resposta: ""Não vou te dar essa resposta".

APENAS COPA RIO
Perguntei à Fifa de novo (para os rankings da Folha) se o Palmeiras é campeão mundial de 1951. A resposta veio no dia 21 de novembro: ""A decisão final não foi tomada ainda pelo Comitê Executivo".

rbueno@folhasp.com.br


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