São Paulo, sábado, 08 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Zaga vive renovação, e ataque envelhece

Revelação do Brasileiro é defensor de 18 anos, e craque, um zagueiro de 23

DA REPORTAGEM LOCAL

Se é verdade que o Brasileiro é uma fábrica na revelação de jogadores, o setor que cuida dos zagueiros foi muito mais eficiente do que o responsável por produzir atacantes em 2007.
A seleção do torneio eleita por jornalistas e colunistas da Folha e os rankings do Datafolha e da artilharia da competição são a prova disso.
Um dos dois melhores defensores, o são-paulino Breno também foi escolhido a revelação com apenas 18 anos, que completou durante a realização do torneio. Seu companheiro de clube e do time ideal do Nacional é Miranda, que tem 23 anos e ainda foi indicado o craque do Nacional.
Rankings praticamente exclusivos para os zagueiros, como os desarmes, são dominados por jovens. Entre os quatro primeiros no fundamento, aparecem os santistas Marcelo, 20, e Domingos, 21, e Thiago Silva, 23, do Fluminense.
Vários clubes tiveram boas revelações na zaga. O Atlético-MG contou com Leandro Almeida, 20, que foi chamado para treinos e jogo da seleção olímpica por Dunga, assim como o gremista Léo, 19.
Tudo muito diferente do que acontece com os homens de frente. Os dois atacantes eleitos para a seleção da competição já passaram dos 30 -Acosta (Náutico), 30, e Kléber Pereira (Santos), 32.
O principal goleador do campeonato foi o paranista Josiel, 27. E, já bem longe dos 20 anos, ele é o mais jovem entre os sete maiores artilheiros da competição. Na lista, além de Josiel, Acosta e Kléber Pereira, aparecem Dodô (Botafogo), 33, Carlinhos Bala (Sport), 28, Paulo Baier (Goiás), 33, e Leandro Amaral (Vasco), 30.
A média de idade do grupo dos principais goleadores é de 30 anos. No ano passado, ficou abaixo dos 26 -o líder da tábua de artilheiros foi o atacante Souza, então no Goiás e na época com 24 anos.
Atacante nato de primeira qualidade revelado no Nacional foi algo muito raro. Uma honrosa exceção foi o cruzeirense Guilherme, que acaba de completar 19 anos.

Seca olímpica
Outros fatores mostram a qualidade maior dos zagueiros do Brasileiro. Durante a competição, Dunga chamou atletas da posição para a sua seleção, como os são-paulinos Miranda e Alex Silva e Thiago Silva, do tricolor carioca. Em compensação, nenhum atacante que atua em clube brasileiro foi chamado para o time nacional.
Na primeira convocação que fez para o time olímpico, Dunga também sofreu para encontrar atacantes (com no máximo 23 anos) que disputaram o Brasileiro. Tanto que, dos quatro chamados para o setor, o único que jogou o campeonato foi Pedro Oldoni, do Atlético-PR. Entre os outros três, dois disputaram a Série B (Diogo, da Portuguesa, e Keirrison, do Coritiba) e outro está no exterior (Alexandre Pato, do Milan).
Dessa forma, somente 25% dos atacantes chamados por Dunga foram produtos deste Brasileiro. Para os outros setores, esse índice ficou em 83%.
Grandes negócios à vista envolvendo jogadores do Brasileiro, apenas a possível ida de Breno para o alemão Bayern de Munique, que pode pagar US$ 20 milhões para tirá-lo do São Paulo. Mas o clube do Morumbi acha esse valor insuficiente e pede mais pela sua revelação.
Os esquemas táticos também deram mais espaço para os zagueiros. O 3-5-2, fora de moda na maior parte da Europa, prossegue tendo fortes defensores aqui, a partir do São Paulo, campeão nacional nas últimas duas temporadas.
Outras equipes, como o Fluminense do técnico Renato Gaúcho, disputaram algumas partidas com apenas um jogador de ataque.0 (PAULO COBOS)


Texto Anterior: "Eu sou é maloqueiro", afirma Muricy
Próximo Texto: São Paulo domina o time ideal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.