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Zaga vive renovação, e ataque envelhece
Revelação do Brasileiro é defensor de 18 anos, e craque, um zagueiro de 23
DA REPORTAGEM LOCAL
Se é verdade que o Brasileiro
é uma fábrica na revelação de
jogadores, o setor que cuida dos
zagueiros foi muito mais eficiente do que o responsável por
produzir atacantes em 2007.
A seleção do torneio eleita
por jornalistas e colunistas da
Folha e os rankings do Datafolha e da artilharia da competição são a prova disso.
Um dos dois melhores defensores, o são-paulino Breno
também foi escolhido a revelação com apenas 18 anos, que
completou durante a realização do torneio. Seu companheiro de clube e do time ideal
do Nacional é Miranda, que
tem 23 anos e ainda foi indicado o craque do Nacional.
Rankings praticamente exclusivos para os zagueiros, como os desarmes, são dominados por jovens. Entre os quatro
primeiros no fundamento, aparecem os santistas Marcelo, 20,
e Domingos, 21, e Thiago Silva,
23, do Fluminense.
Vários clubes tiveram boas
revelações na zaga. O Atlético-MG contou com Leandro Almeida, 20, que foi chamado para treinos e jogo da seleção
olímpica por Dunga, assim como o gremista Léo, 19.
Tudo muito diferente do que
acontece com os homens de
frente. Os dois atacantes eleitos para a seleção da competição já passaram dos 30 -Acosta (Náutico), 30, e Kléber Pereira (Santos), 32.
O principal goleador do campeonato foi o paranista Josiel,
27. E, já bem longe dos 20 anos,
ele é o mais jovem entre os sete
maiores artilheiros da competição. Na lista, além de Josiel,
Acosta e Kléber Pereira, aparecem Dodô (Botafogo), 33, Carlinhos Bala (Sport), 28, Paulo
Baier (Goiás), 33, e Leandro
Amaral (Vasco), 30.
A média de idade do grupo
dos principais goleadores é de
30 anos. No ano passado, ficou
abaixo dos 26 -o líder da tábua
de artilheiros foi o atacante
Souza, então no Goiás e na época com 24 anos.
Atacante nato de primeira
qualidade revelado no Nacional foi algo muito raro. Uma
honrosa exceção foi o cruzeirense Guilherme, que acaba de
completar 19 anos.
Seca olímpica
Outros fatores mostram a
qualidade maior dos zagueiros
do Brasileiro. Durante a competição, Dunga chamou atletas
da posição para a sua seleção,
como os são-paulinos Miranda
e Alex Silva e Thiago Silva, do
tricolor carioca. Em compensação, nenhum atacante que atua
em clube brasileiro foi chamado para o time nacional.
Na primeira convocação que
fez para o time olímpico, Dunga
também sofreu para encontrar
atacantes (com no máximo 23
anos) que disputaram o Brasileiro. Tanto que, dos quatro
chamados para o setor, o único
que jogou o campeonato foi Pedro Oldoni, do Atlético-PR. Entre os outros três, dois disputaram a Série B (Diogo, da Portuguesa, e Keirrison, do Coritiba)
e outro está no exterior (Alexandre Pato, do Milan).
Dessa forma, somente 25%
dos atacantes chamados por
Dunga foram produtos deste
Brasileiro. Para os outros setores, esse índice ficou em 83%.
Grandes negócios à vista envolvendo jogadores do Brasileiro, apenas a possível ida de Breno para o alemão Bayern de
Munique, que pode pagar US$
20 milhões para tirá-lo do São
Paulo. Mas o clube do Morumbi acha esse valor insuficiente e
pede mais pela sua revelação.
Os esquemas táticos também
deram mais espaço para os zagueiros. O 3-5-2, fora de moda
na maior parte da Europa,
prossegue tendo fortes defensores aqui, a partir do São Paulo, campeão nacional nas últimas duas temporadas.
Outras equipes, como o Fluminense do técnico Renato
Gaúcho, disputaram algumas
partidas com apenas um jogador de ataque.0
(PAULO COBOS)
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