Muricy Ramalho disse que as portas no CT continuam abertas para o volante

Sem achar um substituto à altura, treinador alimenta esperança de reviravolta; jogador afirmou que ainda não definiu para onde vai

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O volante Mineiro já anunciou que vai tentar a carreira no exterior. Mas, para o São Paulo, a ficha ainda não caiu.
Motivado pelo fato de o jogador não ter definido o time que vai defender neste ano, o técnico Muricy Ramalho ontem alimentou a esperança de ainda contar com o futebol do camisa 7 nesta temporada.
"Sei que é difícil, mas o Mineiro continua com as portas abertas no São Paulo. É um excelente atleta, não dá trabalho e sua qualidade em campo é indiscutível", afirmou Muricy.
Segundo o treinador, que dirigiu Mineiro também na Ponte Preta e no São Caetano, o que o volante fez foi liberar o clube para ir atrás de outro jogador.
"Ele está estudando propostas. Mas claro que nós gostaríamos de contar com o Mineiro de volta", falou o técnico.
Em entrevista por telefone à Folha, o jogador disse que ainda segue em negociação. No entanto o atleta demonstrou um pouco de nervosismo ao falar de transferência.
"Fico feliz com a manifestação do São Paulo em deixar as portas abertas. Já era esperado esse comportamento. Mas não quero falar nisso [se definiu o novo clube]. Estou dirigindo", afirmou o volante, que encerrou a conversa de forma evasiva. "Se houver alguma novidade, eu aviso", completou.
A esperança no São Paulo em ter Mineiro cresce na medida em que a comissão técnica não encontra um substituto à altura para o meio-campo.
"O Mineiro marca, arma e aprendeu a fazer gol. É um atleta completo. Claro que o biótipo é diferente, mas ele tem a mesma dinâmica do Toninho Cerezo", completou Muricy.
Sem contrato desde o último dia 31, Mineiro tem ofertas da Europa e do Japão. O Bayer Leverkusen, da Alemanha, deve ser o seu destino caso acerte a saída do país.
O clube do Morumbi, porém, descarta aumentar a oferta para segurar o jogador, de 31 anos. Para continuar com o camisa 7, o São Paulo ofereceu um contrato de quatro anos e salários entre R$ 150 mil e R$ 170 mil. Além disso, daria ao volante um plano de carreira -trabalharia nas categorias de base após deixar os gramados.
Com um elenco enxuto, Muricy pede de três a quatro reforços. "Alguns podem até vir da base, mas preciso de mais gente. E gente de peso, que esteja num bom momento." Questionado sobre Flávio Conceição, que estava na Grécia, ele ficou na defensiva. "Bom ele é. Mas não sei como está agora", disse.
Do time campeão brasileiro, além de Mineiro, o São Paulo perdeu Fabão e Danilo. Mas Muricy não quis dimensionar as perdas. "Tudo dependerá da resposta dos substitutos. Quando cheguei, Amoroso e Cicinho tinham saído. E chegamos a todas as finais de 2006."


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