São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cidades demoram a pedir verba de arenas ao BNDES

A menos de um mês da data programada para começo das obras, banco ainda aguarda solicitações de financiamento

Lentidão na liberação do crédito se deve ao atraso dos próprios governos que vão construir estádios; maioria não escolheu empreiteiras

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Os bilhões já foram reservados pelo governo federal, mas ninguém conseguiu liberação.
Mesmo com março como data marcada pela Fifa para o início das obras nos 12 estádios que serão usados na Copa-14, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) ainda não recebeu nenhum pedido oficial de financiamento dos responsáveis.
Onze cidades já anunciaram que vão recorrer aos cofres públicos para realizar seus projetos. Segundo a Fifa, as 12 obras que precisam do dinheiro do banco para decolar teriam que começar no próximo mês.
""Ainda não recebemos o pedido de financiamento, mas não estamos parados. Estamos em contato permanente com as cidades", declarou Élvio Gaspar, diretor de Inclusão Social e de Crédito do BNDES.
Dos R$ 5,3 bilhões que serão consumidos nas instalações esportivas, R$ 3,4 bilhões poderão ser bancados pelo BNDES. O banco será o principal financiador das arenas da Copa-14.
""Espero terminar o primeiro semestre com ao menos um desses contratos aprovados", acrescentou Gaspar.
A Fifa conta com os estádios prontos até junho de 2013, quando será disputada a Copa das Confederações no país.
A demora na liberação do crédito se deve à lentidão das cidades que vão construir as arenas. A maioria ainda não escolheu nem as empreiteiras que vão erguer os estádios.
Os primeiros contratos deverão chegar ao banco apenas no próximo mês, de acordo com Gaspar. Caso isso aconteça, técnicos do BNDES deverão levar, pelo menos, três meses para liberar os recursos.
Mais do que bancar os custos das empreitadas bilionárias, o governo federal vai passar ao BNDES a tarefa de custear com empréstimos os principais gastos de infraestrutura urbana, os mais custosos, para o Mundial e para os Jogos-16. Só para o entorno das arena da Copa, o banco vai disponibilizar mais R$ 1,4 bilhão. O fato de os cofres públicos financiarem quase toda a conta dos estádios vai na contramão do que Ricardo Teixeira falava até 2009. O cartola era categórico na defesa das verbas privadas nos estádios.
Agora, 94% dos R$ 5,342 bilhões para a reforma e a construção de estádios serão bancados ou financiados pelos cofres públicos. Fora a verba do banco, os governos estaduais vão investir nas obras. Das 12 arenas, três serão tocadas por clubes -São Paulo, Internacional e Atlético-PR. Só o Internacional diz que vai pagar a empreitada com o próprio dinheiro.
Depois do Carnaval, técnicos do BNDES vão visitar as principais cidades. Manaus será uma das primeiras escalas do grupo.
""Estamos entrando na reta final para fechar o nosso modelo. Já conversamos com o comitê organizador sobre o nosso atraso", disse Marcelo Lima Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas. A construção do novo Vivaldão sairá por cerca de R$ 500 milhões -R$ R$ 375 milhões por meio de empréstimo do BNDES.


Texto Anterior: City, não: Atacante quer ser melhor da Copa
Próximo Texto: Símbolo do Pan se torna antiexemplo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.