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Cidades demoram a pedir verba de arenas ao BNDES
A menos de um mês da data programada para começo das obras, banco ainda aguarda solicitações de financiamento
Lentidão na liberação do crédito se deve ao atraso dos próprios governos que vão construir estádios; maioria não escolheu empreiteiras
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os bilhões já foram reservados pelo governo federal, mas
ninguém conseguiu liberação.
Mesmo com março como data marcada pela Fifa para o início das obras nos 12 estádios
que serão usados na Copa-14, o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico
Social) ainda não recebeu nenhum pedido oficial de financiamento dos responsáveis.
Onze cidades já anunciaram
que vão recorrer aos cofres públicos para realizar seus projetos. Segundo a Fifa, as 12 obras
que precisam do dinheiro do
banco para decolar teriam que
começar no próximo mês.
""Ainda não recebemos o pedido de financiamento, mas
não estamos parados. Estamos
em contato permanente com as
cidades", declarou Élvio Gaspar, diretor de Inclusão Social e
de Crédito do BNDES.
Dos R$ 5,3 bilhões que serão
consumidos nas instalações esportivas, R$ 3,4 bilhões poderão ser bancados pelo BNDES.
O banco será o principal financiador das arenas da Copa-14.
""Espero terminar o primeiro
semestre com ao menos um
desses contratos aprovados",
acrescentou Gaspar.
A Fifa conta com os estádios
prontos até junho de 2013,
quando será disputada a Copa
das Confederações no país.
A demora na liberação do
crédito se deve à lentidão das
cidades que vão construir as
arenas. A maioria ainda não escolheu nem as empreiteiras
que vão erguer os estádios.
Os primeiros contratos deverão chegar ao banco apenas no
próximo mês, de acordo com
Gaspar. Caso isso aconteça, técnicos do BNDES deverão levar,
pelo menos, três meses para liberar os recursos.
Mais do que bancar os custos
das empreitadas bilionárias, o
governo federal vai passar ao
BNDES a tarefa de custear com
empréstimos os principais gastos de infraestrutura urbana, os
mais custosos, para o Mundial e
para os Jogos-16. Só para o entorno das arena da Copa, o banco vai disponibilizar mais R$
1,4 bilhão. O fato de os cofres
públicos financiarem quase toda a conta dos estádios vai na
contramão do que Ricardo Teixeira falava até 2009. O cartola
era categórico na defesa das
verbas privadas nos estádios.
Agora, 94% dos R$ 5,342 bilhões para a reforma e a construção de estádios serão bancados ou financiados pelos cofres
públicos. Fora a verba do banco, os governos estaduais vão
investir nas obras. Das 12 arenas, três serão tocadas por clubes -São Paulo, Internacional
e Atlético-PR. Só o Internacional diz que vai pagar a empreitada com o próprio dinheiro.
Depois do Carnaval, técnicos
do BNDES vão visitar as principais cidades. Manaus será uma
das primeiras escalas do grupo.
""Estamos entrando na reta
final para fechar o nosso modelo. Já conversamos com o comitê organizador sobre o nosso
atraso", disse Marcelo Lima Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas. A construção do novo Vivaldão sairá por
cerca de R$ 500 milhões -R$
R$ 375 milhões por meio de
empréstimo do BNDES.
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