São Paulo, quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011

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"Diáspora brasileira" vai a novo patamar na Europa

FUTEBOL Thiago Motta, que já atuou pelo Brasil, estreia hoje na Azzurra

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

A provável estreia do brasileiro Thiago Motta na Itália no amistoso de hoje contra a Alemanha aponta para uma nova fase da exportação de jogadores nascidos no país para seleções estrangeiras.
A Fifa autorizou nesta semana o volante a defender a Azzurra mesmo tendo defendido o Brasil em um torneio sem restrição de idade -a Copa Ouro de 2003, na qual Thiago Motta integrou uma equipe nacional sub-23.
Dezenas de atletas brasileiros já defenderam outros países, uma prática que vem desde a Copa de 1934, quando Filó foi campeão mundial com a Itália, e que já bate agora em 35 seleções.
O precedente aberto por Thiago Motta pode aumentar a onda contemporânea de naturalizados convocáveis.
França e Holanda, potências que ainda não tiveram jogadores brasileiros em suas seleções, podem ter as presenças de Wendel e Douglas, respectivamente.
O ex-santista Wendel jogou sob o comando do técnico Ricardo Gomes, assim como Thiago Motta, na seleção pré-olímpica do país. Não serviu a equipe principal e já demonstrou o desejo de atuar pela França, rival de hoje da seleção brasileira.
Blanc, treinador francês, é amigo e admira o futebol do brasileiro, destaque no Bordeaux que pode atuar de ala ou no meio pela esquerda.
O caso de Douglas, zagueiro ainda pouco conhecido no Brasil e sem passagem por seleção de base, está praticamente definido. Já há acerto para ele ser o primeiro brasileiro a defender a Laranja Mecânica, o que deve ocorrer neste ano ainda.
"Se o Mano Menezes me convocar agora, fica difícil dizer sim, pois palavra é palavra. Já conversei com o Bert van Marwijk [técnico da Holanda]", contou à Folha o zagueiro do Twente de só 23 anos e quase 2 m de altura.
Douglas mora há três anos na Holanda e é um dos destaques defensivos no país, sendo opção clara para o setor mais carente da seleção que tirou o Brasil do Mundial.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, reclamou há alguns anos que em breve a Copa poderia ter apenas jogadores nascidos no Brasil, criticando a naturalização de atletas do país com o intuito de defender outras seleções.
O Mundial de 2014 ainda não será totalmente assim, mas parece inevitável que a seleção brasileira enfrente na Copa em que será anfitriã algum de seus filhos que foram à luta por outra pátria.


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