UOL


São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Técnico arma Palmeiras com três atacantes, fragiliza seu meio-campo e leva um gol após o outro do Corinthians

Revolução de Picerni dura só dez minutos

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o Palmeiras já era obrigado a entrar em campo com a zaga desfigurada, Jair Picerni conseguiu completar o serviço e desmontou os demais setores da equipe.
O técnico, que prometera uma revolução no futebol mundial, colocando o Palmeiras em campo com um esquema dos mais ofensivos, apresentou, de fato, uma escalação ousada. Só que a estratégia começou a ruir aos 10min, quando o Corinthians fez 1 a 0, e desmontou de vez aos 16min, quando o placar já era de 3 a 0.
Picerni utilizou três atacantes -Muñoz, Thiago Gentil e Anselmo-, quando costumava usar apenas um ou dois, mas acabou fragilizando muito o meio-campo palmeirense, presa fácil para o Corinthians, que saiu do Morumbi comemorando a vitória por 4 a 2 e a classificação para a final.
Desde o início, os corintianos ganharam a disputa no setor e, se o time do Parque Antarctica tinha dificuldades de iniciar as jogadas ofensivas, o do Parque São Jorge não. Aos 16min da etapa inicial, o Corinthians já vencia por 3 a 0 enquanto sua torcida gritava olé.
E poderia ter conseguido um placar ainda maior, não fosse uma bela defesa de Marcos em chute de Gil de fora da área logo aos 5min de jogo.
Liedson, de cabeça, marcou o primeiro gol aos 10min. O goleiro Marcos não foi bem no lance e, apesar de ter tocado na bola, não conseguiu tirá-la do gol. Dois minutos depois Gil entraria livre na área para fazer 2 a 0. O terceiro gol, aos 16min, aconteceu após rebatida de Marcos para a frente que Gil não desperdiçou.
Sem Índio e Leonardo, suspensos, Gláuber, Dênis e Gustavo, contundidos e Alceu, não liberado pela CBF de amistosos na Malásia pela seleção sub-20, a improvisada defesa palmeirense, com Everaldo e Claudecir, demonstrou muita fragilidade.
O Palmeiras ontem fez apenas 55 desarmes na fase inicial quando a média do time no Paulista era de 64 por tempo de jogo. Deixou ainda o Corinthians finalizar 11 vezes na primeira etapa, três a mais do que a média da equipe de Geninho por tempo de jogo no campeonato.
Na fase inicial, o time de Picerni teve poucos bons momentos. Em um deles, aos 22min, o colombiano Muñoz chutou no travessão e, no rebote, a bola bateu em Fabrício e entrou.
Na tentativa de reforçar o meio-campo palmeirense e passar a dominar as ações, Picerni sacou Anselmo e colocou Pedrinho em seu lugar ainda no primeiro tempo.
Apesar de o rival ter melhorado com a alteração, foi o Corinthians que voltou a marcar, agora com Rogério, aos 41min, aproveitando cobrança de pênalti.
No segundo tempo, com o meio-campo mais forte do que no início do jogo, o Palmeiras conseguiu não só equilibrar as ações como ser, em vários momentos, melhor do que o adversário.
Depois de quase ter marcado o segundo gol -o goleiro Doni fez bela defesa após chute de Neném-, a equipe do Parque Antarctica conseguiu diminuir novamente o placar, outra vez por intermédio de Muñoz, um dos poucos a ser aplaudido pela torcida palmeirense.
Aos 28min, quando sua equipe ainda teria que marcar três gols -e não sofrer nenhum- para ir à decisão do Paulista, Picerni resolveu voltar a jogar com três atacantes, indo para o ""tudo ou nada". O treinador colocou Edmílson em lugar do veterano Zinho, que deixou o gramado vaiado.
Mas não adiantou. Enquanto vê o Corinthians na final, ao Palmeiras, agora, restam a Copa do Brasil e... a segunda divisão do Brasileiro. (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


Texto Anterior: Corinthians dá adeus dobrado ao Palmeiras
Próximo Texto: A frase
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.