CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A terceira vitória consecutiva em torneios de ponta levou Daiane dos Santos, 21, a alcançar um outro feito inédito na história da ginástica artística brasileira: a liderança do ranking mundial.
Dona do único ouro do país em Mundiais, a ginasta gaúcha obteve 30 pontos com o pódio em Cottbus (Alemanha) e saltou do terceiro para o primeiro lugar na classificação geral do solo.
A posição foi conquistada após Daiane, que competiu gripada, vencer a disputa no aparelho anteontem, na etapa da Copa do Mundo, e registrar a nota mais alta de sua carreira (9,762).
Agora, a brasileira tem 215,50 pontos no solo, colocando-se à frente da espanhola Elena Gomez (199,50) e da russa Svetlana Khorkina (197,40), consideradas suas principais rivais na disputa do ouro olímpico nos Jogos de Atenas. "Estou muito feliz. A série entrou e deu supercerto", disse Daiane, que reeditou em Cottbus os exercícios de 2003, ao som de "Para los Rumberos" e com os movimentos que a consagraram, o duplo twist carpado e o esticado.
Ao todo, o ranking de 2003 e 2004 leva em conta os resultados por aparelho obtidos nos principais torneios a cada ciclo da Copa do Mundo (de dois em dois anos), incluindo as performances no Mundial e na Olimpíada.
A lista também classifica os oito melhores de cada aparelho, no masculino e no feminino, para a final da Copa, que, neste ano, será em Birmingham (Inglaterra).
Além de se aproximar da decisão, Daiane se tornou a atleta do país com mais pódios no torneio -ela soma dois ouros e um bronze. E ainda figura em outros dois rankings: é a 33ª colocada no salto (subiu sete posições na semana) e a 42ª nas paralelas assimétricas.
A gaúcha volta a competir no próximo fim de semana, quando será realizada em Lyon (França) a sétima etapa da Copa -serão pelo menos mais três até dezembro.
A delegação brasileira, formada ainda por Ana Paula Rodrigues, Mosiah Rodrigues, Diego Hypólito e Michel Conceição, partiu ontem rumo à França e amanhã deve ganhar outro reforço: Daniele Hypólito. A paulista, que já obteve ouro (2002) e prata (2003) na Copa, tenta voltar ao pódio em eventos da federação internacional -a última vez foi em março do ano passado, em Paris.
"Sou especialista no individual geral, mas buscarei bons resultados na Copa [as disputas são por aparelho]. Confio no meu valor."


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