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Chambers vence na Europa, e federação já fala em puni-lo
Velocista, punido em 2003, contou em livro programa de doping que seguiu
DA REPORTAGEM LOCAL
O velocista Dwain Chambers, 30, que cumpriu suspensão por doping entre 2003 e
2005, sagrou-se ontem campeão dos 60 m no Europeu indoor, em Turim (Itália). É seu
primeiro título de relevância
desde que cumpriu o castigo.
O britânico liderou do começo ao fim, jamais foi ameaçado
e completou a prova em 6s46.
Durante a semifinal, anteontem, Chambers havia registrado tempo ainda melhor: 6s42,
novo recorde continental.
Além de bater a marca do
francês Ronald Pognon, ele tem
agora o terceiro melhor tempo
da história, atrás de Maurice
Greene (6s39), atual recordista,
e Andre Cason (6s41).
Em segundo e terceiro chegaram os italianos Fabio Cerutti e Emanuele Di Gregorio, ambos com a marca de 6s56. Na
Itália, Chambers foi severamente criticado por admitir,
em livro, ter seguido um programa de doping em 2002.
""Estou feliz. Trabalhei duro
para isso. Só pensava em conquistar o ouro. Era só o ouro e o
recorde. Minhas pernas estavam cansadas de ontem [sábado]", comemorou Chambers.
Se por um lado pode festejar
a conquista, o britânico terá de
se preocupar com a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), que exige
a devolução de 100 mil (R$
301 mil) que Chambers recebeu nas provas em que correu
dopado. Pela regra da entidade,
ele pode ser suspenso de novo.
""O regulamento é claro. Um
atleta não pode competir até
que nos tenha devolvido o dinheiro. Apesar de esse não ser
um assunto prioritário, discutiremos isso na nossa próxima
reunião de conselho", disse ontem Nick Davies, porta-voz da
Iaaf. A reunião ocorre nos próximos dias 21 e 22, em Berlim.
Em 2006, a Iaaf feriu o seu
próprio regulamento ao permitir que Chambers voltasse às
pistas sem ter devolvido em
sua totalidade o que ganhou
enquanto competia dopado. A
Iaaf ainda não recuperou mais
do que 30% daquele dinheiro.
Durante a semana, Chambers teve trechos de seu livro,
"Minha Corrida Contra Mim",
divulgados em que ele relatava,
com detalhes, o rigoroso programa de doping a que se submeteu para conseguir bater o
recorde europeu dos 100 m.
No livro, o atleta revelou ter
tomado, durante o ano de
2002, mais de 300 drogas. Primeiro flagrado para THG, droga desenvolvida especialmente
para burlar controles, Chambers chegou a tentar a sorte no
futebol americano e no rúgbi.
Por conta do doping, Chambers não poderá defender o
Reino Unido na Olimpíada de
Londres, em 2012. Uma regra
da Associação Olímpica Britânica veta a participação de atletas que já foram punidos.
Chambers apontou astros do
atletismo norte-americano como usuários do esteroide anabólico THG. Disse que Chryste
Gaines, Kelli White e os gêmeos Alvin e Calvin Harrison
faziam uso da droga. Gaines se
rebelou em 2008 por ter que
devolver o ouro do 4 x 100 m
dos Jogos de Sydney-00 devido
à admissão de doping de Marion Jones, sua colega de time.
Neste ano, Chambers ambiciona disputar o Mundial de
Berlim. Se for confirmado no
time, deve enfrentar Usain
Bolt, recordista dos 100 m.
Com agências internacionais
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