São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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"Estádio-prisão" é criticado

da Reportagem Local

O clima de "prisão" que domina os estádios paulistas é apontado por dirigentes de outros Estados e por torcedores como um dos principais motivos do afastamento do público.
Consequência da violência que explodiu entre torcidas organizadas no início da década, várias restrições foram impostas ao torcedor paulista. Hoje, nos estádios, são proibidos: torcida organizada, cerveja, bandeiras e faixas, instrumentos musicais, fogos de artifício.
Em Minas, onde não há as restrições, o público pagante no Mineirão nos dois últimos finais de semana, num torneio reunindo Atlético, Cruzeiro, América e Vila Nova, foi de 40 mil e 42 mil, respectivamente.
Boa parte do público vai a campo mais pela combinação "feijão tropeiro com cerveja", consumida aos milhares em dia de jogo no estádio, do que pelo própria partida em si.
"O Mineirão é lugar de lazer, a torcida se sente em casa. Já se cogitou proibir cerveja, mas ela faz parte da cultura do brasileiro", diz o secretário-geral da Federação Mineira, José Guilherme Ferreira Filho.
O diretor financeiro da Federação Baiana, Antônio Miranda, concorda: "Cerveja tem a ver com carnaval, com a índole do baiano. É um processo, por isso é liberado".
O ex-presidente da torcida da Lusa "Leões da Fabulosa" Delfim Marcelino se queixa da realidade paulista. "Não pode mais nada. Antes, a gente batucava e agitava bandeiras antes dos jogos. Acho que a polícia quer ver cada vez menos gente nos estádios." (FV, PC e RD)


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