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FUTEBOL
São Caetano e Paulista decidem o Estadual com 18 atletas que figuraram sem sucesso em clubes de tradição do país
Final consagra "estagiários" dos grandes
MARCUS VINICIUS MARINHO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os times finalistas do Campeonato Paulista podem ser pequenos, mas vários de seus jogadores
fizeram ao menos "estágios" em
grandes clubes do país.
Corinthians, Palmeiras, Santos,
São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro,
Grêmio e Internacional aparecem
no currículo de 18 dos jogadores
de São Caetano e Paulista. São, na
maioria, atletas talentosos pouco
aproveitados pelos grandes.
Os destaques dos finalistas são
Marcinho (São Caetano) e Canindé (Paulista). O primeiro teve rápida passagem pelo Corinthians e
fez muito esforço para seguir no
clube do coração de quase todos
os seus familiares. O segundo teve
poucas chances no Santos em
2000 e acabou sendo liberado.
""Eu abri mão de muita coisa para ficar no Corinthians. Me deixaram várias horas esperando em
um shopping center para acertar
o meu contrato. Fiquei muito
chateado com isso. Quando o São
Caetano me ligou, não tive dúvida", declara Marcinho.
"Eu só tinha chances quando alguém se contundia ou era suspenso. O time ia jogar a Libertadores
e queriam que eu ficasse de graça", disse o meia do time do ABC.
"Acho que, se eu estivesse no Corinthians, seria titular."
Canindé, chamado de única estrela do Paulista pelo técnico do
time, Zetti, pôde se vingar do Santos ao marcar um golaço na primeira fase do torneio. ""Há sempre uma motivação quando enfrentamos um ex-clube", disse
após encobrir com estilo o santista Doni nos 4 a 0 em Jundiaí.
Santos e São Paulo não fizeram
questão de segurar Anderson Lima em outros anos. Os dois times
foram vítimas da bola parada do
lateral do ABC no Paulista-04.
"Tive boas passagens pelos dois
times, mas hoje estou bem no São
Caetano. É bom ter conquistado
esse respeito aqui", diz o lateral.
O time treinado por Muricy Ramalho tem 11 atletas com passagem pelos clubes mais tradicionais do país. Alguns deles demonstram carregar uma certa
mágoa dessas equipes.
"Nem dá para falar nada do
tempo em que fiquei no Palmeiras", diz Gustavo, que defendeu o
clube do Parque Antarctica em
2003. "Fiquei quatro meses e devo
ter feito uns dois jogos. Não tive
chance. Aqui foi bem diferente."
O meia Lúcio Flávio, que passou
pelo Morumbi em 2002, culpa as
eleições no São Paulo por sua saída. "Após a minha chegada, teve a
eleição. Estava bem, mas perdi espaço com a nova diretoria."
O São Caetano ainda conta com
Warley e Felipe, que atuaram no
São Paulo, Marco Aurélio, ex-Palmeiras, e Evaldo, ex-Corinthians.
No Paulista, além de Canindé,
outros três atletas não se consolidaram durante sua passagem por
grandes clubes. O lateral Galego,
que tem quatro gols no Paulista, já
atuou no Botafogo, mas não foi
prestigiado no time carioca.
O habilidoso meia Fábio Mello
era promessa do São Paulo. Foi liberado pelo clube do Morumbi e
defendeu Fluminense e Atlético-MG, entre outros. Nunca teve
muitas chances. O zagueiro Rodrigo não agradou no Cruzeiro a
ponto de se fixar no clube.
""Não sei o que vai acontecer comigo. Talvez o São Paulo me empreste por mais algum tempo",
disse o goleiro Márcio, do Paulista, uma das revelações do Estadual. Além dele, Ailton e Tiago estão ligados ao clube do Morumbi.
A passagem por times grande
foi essencial também para Muricy
e Zetti. Os dois estagiaram como
treinadores no São Paulo.
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