São Paulo, sexta-feira, 09 de abril de 2004

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FUTEBOL

São Caetano e Paulista decidem o Estadual com 18 atletas que figuraram sem sucesso em clubes de tradição do país

Final consagra "estagiários" dos grandes

MARCUS VINICIUS MARINHO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os times finalistas do Campeonato Paulista podem ser pequenos, mas vários de seus jogadores fizeram ao menos "estágios" em grandes clubes do país.
Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional aparecem no currículo de 18 dos jogadores de São Caetano e Paulista. São, na maioria, atletas talentosos pouco aproveitados pelos grandes.
Os destaques dos finalistas são Marcinho (São Caetano) e Canindé (Paulista). O primeiro teve rápida passagem pelo Corinthians e fez muito esforço para seguir no clube do coração de quase todos os seus familiares. O segundo teve poucas chances no Santos em 2000 e acabou sendo liberado.
""Eu abri mão de muita coisa para ficar no Corinthians. Me deixaram várias horas esperando em um shopping center para acertar o meu contrato. Fiquei muito chateado com isso. Quando o São Caetano me ligou, não tive dúvida", declara Marcinho.
"Eu só tinha chances quando alguém se contundia ou era suspenso. O time ia jogar a Libertadores e queriam que eu ficasse de graça", disse o meia do time do ABC. "Acho que, se eu estivesse no Corinthians, seria titular."
Canindé, chamado de única estrela do Paulista pelo técnico do time, Zetti, pôde se vingar do Santos ao marcar um golaço na primeira fase do torneio. ""Há sempre uma motivação quando enfrentamos um ex-clube", disse após encobrir com estilo o santista Doni nos 4 a 0 em Jundiaí.
Santos e São Paulo não fizeram questão de segurar Anderson Lima em outros anos. Os dois times foram vítimas da bola parada do lateral do ABC no Paulista-04.
"Tive boas passagens pelos dois times, mas hoje estou bem no São Caetano. É bom ter conquistado esse respeito aqui", diz o lateral.
O time treinado por Muricy Ramalho tem 11 atletas com passagem pelos clubes mais tradicionais do país. Alguns deles demonstram carregar uma certa mágoa dessas equipes.
"Nem dá para falar nada do tempo em que fiquei no Palmeiras", diz Gustavo, que defendeu o clube do Parque Antarctica em 2003. "Fiquei quatro meses e devo ter feito uns dois jogos. Não tive chance. Aqui foi bem diferente."
O meia Lúcio Flávio, que passou pelo Morumbi em 2002, culpa as eleições no São Paulo por sua saída. "Após a minha chegada, teve a eleição. Estava bem, mas perdi espaço com a nova diretoria."
O São Caetano ainda conta com Warley e Felipe, que atuaram no São Paulo, Marco Aurélio, ex-Palmeiras, e Evaldo, ex-Corinthians.
No Paulista, além de Canindé, outros três atletas não se consolidaram durante sua passagem por grandes clubes. O lateral Galego, que tem quatro gols no Paulista, já atuou no Botafogo, mas não foi prestigiado no time carioca.
O habilidoso meia Fábio Mello era promessa do São Paulo. Foi liberado pelo clube do Morumbi e defendeu Fluminense e Atlético-MG, entre outros. Nunca teve muitas chances. O zagueiro Rodrigo não agradou no Cruzeiro a ponto de se fixar no clube.
""Não sei o que vai acontecer comigo. Talvez o São Paulo me empreste por mais algum tempo", disse o goleiro Márcio, do Paulista, uma das revelações do Estadual. Além dele, Ailton e Tiago estão ligados ao clube do Morumbi.
A passagem por times grande foi essencial também para Muricy e Zetti. Os dois estagiaram como treinadores no São Paulo.



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