São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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saia justa

China, não o COI, garante tocha

Rogge diz que destino de revezamento seria definido sexta, mas depois chama informação de "boato'

Inflexíveis, chineses não abrem mão de que artefato cumpra sua rota completa e dizem que nenhuma força pode interromper percurso

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

Se houve dúvida, ela não passou do Ocidente. A China reiterou ontem que nada impedirá a tocha olímpica de manter sua volta ao mundo de 130 mil km conforme o previsto. E o Comitê Olímpico Internacional, após idas e vindas, terminou o dia acatando a determinação.
Não foi possível esconder o mal-estar no COI, reunido em Pequim no hotel China World Trade Center, quando seu presidente, Jacques Rogge, disse que o Conselho Executivo definiria na sexta-feira o destino do revezamento. Ele não descartara a possibilidade de suspender ou até eliminar parte da rota.
Reagia ao fiasco de Paris, onde a tocha foi apagada quatro vezes pelos seguranças e escondida em ônibus, anteontem, após um domingo de fúria em Londres. Até San Francisco, que recebe a caravana hoje, antecipou seus protestos.
Pequim também reagiu. "Nenhuma força pode parar o percurso da tocha", afirmou Sun Weide, porta-voz do comitê organizador da Olimpíada.
No final do dia, Rogge voltou atrás em sua manifestação anterior em entrevista à rede de TV France 3. ""Não consideramos essa opção [pôr fim ao revezamento da tocha]", disse o belga. ""Trata-se de boato, não há discussões nesse sentido."
Horas antes, à agência Associated Press, o dirigente havia sido bem menos incisivo. "Isso é algo que certamente será abordado na reunião de sexta."
O passeio da tocha, ontem na China, foi tratado como um sucesso pela mídia estatal, exacerbando o nacionalismo. O ""Diário da Juventude de Pequim" manchetou: "Tocha tem chegada triunfal a Paris". O sentimento contagiou até quem mora fora do país. Blogs de estudantes chineses que moram em Londres e Paris fizeram sucesso. De Paris, Deng Ying Ping escreveu que "alguns franceses e tibetanos acham que, atirando garrafas e roubando a tocha, vão humilhar a China, mas o que fazem é humilhar todo o mundo".
Ela entrevistou Jin Jing, uma atleta chinesa que "defendeu a tocha em sua cadeira de rodas". Jin virou heroína também no site oficial da Olimpíada.
Entre os comentários postados, diversos diziam que "qualquer um que tente ser inimigo dos Jogos de Pequim será inimigo de 1,3 bilhão de chineses".


Com Reportagem Local e agências internacionais


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