São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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Empenho do Brasiliense pára nas falhas de Simon, árbitro que vai à Copa

Corinthians espanta a zebra com erro do juiz

Fernando Santos/Folha Imagem
Jogadores do Brasiliense cercam o árbitro gaúcho Carlos Eugênio Simon, da Fifa, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, ontem, no estádio Morumbi


EDUARDO ARRUDA
MARÍLIA RUIZ
RICARDO PERRONE

DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians sofreu para derrotar o Brasiliense, sensação da Copa do Brasil, e contou com a ajuda do juiz para vencer por 2 a 1, ontem, no Morumbi, na primeira partida da decisão.
O gol que salvou o clube paulista de um vexame diante do maior público em um jogo em São Paulo neste ano só foi feito aos 35min da fase final por Deivid.
O atacante corintiano marcou duas vezes e se transformou no maior goleador em uma só edição do torneio, com 12 gols até agora.
O Brasiliense deixou o gramado irritado com o juiz Carlos Eugênio Simon, brasileiro escolhido para apitar na Copa-02. Ele não anotou uma falta na jogada que originou o segundo gol corintiano e deixou de marcar um pênalti contra os paulistas em seguida.
Com a vitória de ontem, o Corinthians precisa de um empate para ficar com o seu segundo título da Copa do Brasil -venceu em 1995 e foi vice no ano passado, as duas vezes contra o Grêmio- e voltar a disputar a Libertadores, o que não ocorre desde 2000.
O time do Distrito Federal, que busca o seu primeiro triunfo em um torneio de elite, havia vencido as suas quatro últimas partidas, ao surpreender o Fluminense e o Atlético-MG. Graças ao gol que marcou ontem, ficará com o título se vencer por 1 a 0 o segundo confronto, na próxima quarta, no DF.
Antes disso, os corintianos enfrentam o São Paulo, no domingo, na decisão do Torneio Rio-SP, em que precisam de um empate para serem campeões.
Preocupado em assegurar uma vantagem que lhe desse tranquilidade no segundo jogo, o Corinthians começou a partida no ataque. Nos primeiros cinco minutos, o Brasiliense não conseguiu passar do meio-campo.
O time de Parreira alternou os ataques pelas laterais, com Rogério, na direita, e Kléber, na esquerda, mas teve dificuldade para finalizar no primeiro tempo.
Mas a eficiência da equipe paulista, que teve dificuldade para entrar na área com a bola dominada, não durou mais que 15 minutos. Após esse período, o Brasiliense melhorou na marcação e deixou o jogo equilibrado. Os dois goleiros acabaram quase não sendo exigidos na primeira etapa.
Impaciente com o mau desempenho do Corinthians, a torcida começou a vaiar já no final do primeiro tempo.
Na fase final, porém, o time conseguiu marcar. Aos 9min, Deivid, abriu o placar, após cruzamento pelo lado esquerdo.
Mas os corintianos mal tiveram tempo para comemorar o gol. Logo em seu primeiro ataque, o Brasiliense empatou, com Maurício, que aproveitou uma falha de marcação da defesa rival.
Após ceder o empate, a equipe de Parreira perdeu de vez uma de suas principais características nesta temporada: a calma. Nervoso, o time passou a oferecer os contra-ataques ao adversário.
A intranquilidade corintiana se arrastou pelo segundo tempo. Os corintianos trocavam passes laterais no meio-campo, sem objetividade. Na hora de avançar, um passe errado estragava a maioria das jogadas. Os erros foram irritando ainda mais a torcida.
Mesmo sem corrigir as suas falhas, o Corinthians desempatou a partida, aos 35min, com outro gol de Deivid. No lance que originou o gol corintiano, Gil cometeu falta em seu marcador. O Brasiliense reclamou com insistência do juiz Carlos Eugênio Simon.
Em seguida, o árbitro não deu um pênalti a favor do time de Brasília, cometido por Ânderson.
O descontrole do Corinthians continuou até o final. "O Corinthians não precisa ganhar roubando. Ninguém precisa roubar", disse após o jogo Luiz Estevão, senador cassado, presidente e patrocinador do Brasiliense.



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