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Na fase inchada da competição, nenhum país decidiu tantas vezes vagas em mata-matas nas cobranças de pênaltis, como fez o Santos diante do Nacional
Agonia do pênalti é marca do Brasil na Libertadores
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o futebol brasileiro, a Libertadores é uma máquina de
produzir "heróis e vilões".
Nenhum outro país viu tantos
de seus times nos últimos anos
decidirem um mata-mata no torneio nas consagradoras, ou amaldiçoadas, cobranças de pênaltis
-o último deles foi o Santos, que
passou às quartas-de-final da edição 2003 anteontem, após três defesas do goleiro Fábio Costa nos
tiros livres contra o Nacional.
A partir de 2000, quando a competição sul-americana ganhou
seu formato atual, 17 clubes do
Brasil definiram seu futuro no
certame nos estressantes pênaltis.
Todos os outros países somados
emplacaram 19 times em contendas dessa forma no período. Com
um número de inscritos parecido
ao do Brasil, a Argentina só teve
suas equipes cinco vezes envolvidas na "loteria dos pênaltis".
Nas últimas três vezes que jogou
uma final de Libertadores, o futebol brasileiro selou sua sorte nos
pênaltis. Em 1999, o Palmeiras ganhou seu único título na competição dessa forma, contra os colombianos do Deportivo Cali.
No ano seguinte, o clube do Parque Antarctica não teve a mesma
sorte. Em pleno Morumbi, Roque
Júnior e Asprilla tiveram suas cobranças defendidas por Córdoba,
e o Boca Juniors levou a melhor.
Antes, nas semifinais, diante do
arqui-rival Corinthians, Marcos
defendeu cobrança de Marcelinho, virou herói palmeirense e jogou seu rival no "inferno".
Em 2002, foi a vez de o São Caetano conhecer a glória e a agonia
nos pênaltis. O time passou pelas
oitavas e pelas quartas eliminando os rivais nos tiros livres. Na decisão, entretanto, os paraguaios
do Olimpia sentiram menos a responsabilidade e despacharam o
clube do ABC. Marlon e Serginho,
que chutaram por cima do travessão, foram os "culpados".
Para quem conseguiu sobreviver a um dos momentos mais cruciais da bola, alívio. "Foi uma noite especial", diz Fábio Costa, que
apagou uma falha no jogo com os
pênaltis defendidos anteontem.
Já para quem pode viver essa
emoção em breve, como o Corinthians, a situação preocupa.
"Estamos treinando todos os
dias, se bem que cobrar com o estádio vazio é fácil. Na hora, com a
casa cheia, é muito diferente", disse Geninho, técnico do Corinthians, que na próxima semana
decide uma vaga nas quartas-de-final da Libertadores-2003 contra
o argentino River Plate.
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