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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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Na fase inchada da competição, nenhum país decidiu tantas vezes vagas em mata-matas nas cobranças de pênaltis, como fez o Santos diante do Nacional

Agonia do pênalti é marca do Brasil na Libertadores

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o futebol brasileiro, a Libertadores é uma máquina de produzir "heróis e vilões".
Nenhum outro país viu tantos de seus times nos últimos anos decidirem um mata-mata no torneio nas consagradoras, ou amaldiçoadas, cobranças de pênaltis -o último deles foi o Santos, que passou às quartas-de-final da edição 2003 anteontem, após três defesas do goleiro Fábio Costa nos tiros livres contra o Nacional.
A partir de 2000, quando a competição sul-americana ganhou seu formato atual, 17 clubes do Brasil definiram seu futuro no certame nos estressantes pênaltis.
Todos os outros países somados emplacaram 19 times em contendas dessa forma no período. Com um número de inscritos parecido ao do Brasil, a Argentina só teve suas equipes cinco vezes envolvidas na "loteria dos pênaltis".
Nas últimas três vezes que jogou uma final de Libertadores, o futebol brasileiro selou sua sorte nos pênaltis. Em 1999, o Palmeiras ganhou seu único título na competição dessa forma, contra os colombianos do Deportivo Cali.
No ano seguinte, o clube do Parque Antarctica não teve a mesma sorte. Em pleno Morumbi, Roque Júnior e Asprilla tiveram suas cobranças defendidas por Córdoba, e o Boca Juniors levou a melhor. Antes, nas semifinais, diante do arqui-rival Corinthians, Marcos defendeu cobrança de Marcelinho, virou herói palmeirense e jogou seu rival no "inferno".
Em 2002, foi a vez de o São Caetano conhecer a glória e a agonia nos pênaltis. O time passou pelas oitavas e pelas quartas eliminando os rivais nos tiros livres. Na decisão, entretanto, os paraguaios do Olimpia sentiram menos a responsabilidade e despacharam o clube do ABC. Marlon e Serginho, que chutaram por cima do travessão, foram os "culpados".
Para quem conseguiu sobreviver a um dos momentos mais cruciais da bola, alívio. "Foi uma noite especial", diz Fábio Costa, que apagou uma falha no jogo com os pênaltis defendidos anteontem.
Já para quem pode viver essa emoção em breve, como o Corinthians, a situação preocupa.
"Estamos treinando todos os dias, se bem que cobrar com o estádio vazio é fácil. Na hora, com a casa cheia, é muito diferente", disse Geninho, técnico do Corinthians, que na próxima semana decide uma vaga nas quartas-de-final da Libertadores-2003 contra o argentino River Plate.


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