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POLÍTICA
Após corte no orçamento, Queiroz prega terceirização para tocar projetos
Sem dinheiro, ministério abre os clubes à população
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A escassez de dinheiro faz o Ministério do Esporte recorrer à terceirização para colocar em prática
os seus projetos. Uma dessas iniciativas, que estará implantada
até o final do semestre, é a abertura de clubes sociais ao público.
A idéia predominante nesses
convênios é que o ministério entre com os recursos humanos e os
parceiros, com a estrutura. Com
isso em mente, estuda-se o aumento do número de projetos ao
lado de Estados e municípios.
Prevê-se que diversos projetos-piloto estejam implantados até o
fim do semestre, mesmo que em
número reduzido de núcleos.
No caso da parceria com os clubes, esta idéia vem sendo articulada por Queiroz há algum tempo.
O ministro até participou da
conferência da Confederação Nacional de Clubes, em Belém, há
cerca de duas semanas.
Em um primeiro momento, clubes em Brasília, como o Iate Clube, o Minas, um clube militar, a
Associação Atlética do Banco do
Brasil, que já recebe jovens de escolas públicas, mas cujo número
Queiroz quer ver ampliado, e
mais uma quinta agremiação receberiam o projeto, segundo o
ministério, que propiciaria o
transporte da periferia para os
clubes e também o retorno.
O projeto gradativamente seria
levado para outros núcleos.
O Ministério do Esporte confirma a ampliação de convênios.
"Já trabalhamos em parceria
com o Sesi e Sesc e agora com o
Exército no Forças no Esporte.
Com os clubes sociais, formaremos uma rede de atendimento
para jovens em situação de risco
social", analisa Orlando Silva, que
assume hoje oficialmente o cargo
de secretário nacional de Esporte
Educacional do ministério. "Mas
não é só pela questão da economia que as parcerias são boas, é
que isso proporciona maior alcance dos projetos", disfarça.
No caso do Forças no Esporte,
este tem apenas uma unidade em
atividade atualmente, no Rio, mas
esse número será elevado para
cinco até o fim do semestre.
Outro convênio planejado para
ser lançado em parceria, desta vez
com o Ministério da Justiça, é o
Cidade de Deus, que funcionaria
na zona oeste do Rio, que inspirou o filme de grande bilheteria.
O projeto nasceu da experiência
dos detentos que fazem bolas.
A população produziria bolas e
outros aparelhos, que depois seriam distribuídos entre crianças e
jovens daquela região, beneficiando duplamente a comunidade.
Além disso, o ministério planeja
modificar ou potencializar convênios já existentes. Um deles é o Segundo Tempo, que substituirá o
Esporte na Escola, e que deve entrar em ação no início do segundo
semestre, inicialmente em Goiás e
Santa Catarina. Além do Ministério da Educação, que já era parceiro do Esporte, há a possibilidade
de um terceiro ministério se envolver, o do Trabalho, com o fornecimento de bolsas para estagiários que trabalhassem no projeto.
O ministério também lança seus
olhares na direção de estatais que
poderiam propiciar patrocínio e
negocia para a Petrobras tomar
parte do projeto Navegar.
A pasta de Queiroz passou a enfrentar problemas financeiros
após o contingenciamento de verbas que atingiu os ministérios e
que fez o orçamento do Esporte
para este ano encolher 88,34%.
Por causa disso, o ministério,
que tinha uma verba de R$ 369,6
milhões, passou a contar com R$
43,1 milhões. Um dos últimos
efeitos desse corte foi o adiamento
dos Jogos da Juventude, que, previstos para o mês de junho, teriam
o custo de R$ 7 milhões.
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