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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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POLÍTICA

Após corte no orçamento, Queiroz prega terceirização para tocar projetos

Sem dinheiro, ministério abre os clubes à população

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A escassez de dinheiro faz o Ministério do Esporte recorrer à terceirização para colocar em prática os seus projetos. Uma dessas iniciativas, que estará implantada até o final do semestre, é a abertura de clubes sociais ao público.
A idéia predominante nesses convênios é que o ministério entre com os recursos humanos e os parceiros, com a estrutura. Com isso em mente, estuda-se o aumento do número de projetos ao lado de Estados e municípios.
Prevê-se que diversos projetos-piloto estejam implantados até o fim do semestre, mesmo que em número reduzido de núcleos.
No caso da parceria com os clubes, esta idéia vem sendo articulada por Queiroz há algum tempo.
O ministro até participou da conferência da Confederação Nacional de Clubes, em Belém, há cerca de duas semanas.
Em um primeiro momento, clubes em Brasília, como o Iate Clube, o Minas, um clube militar, a Associação Atlética do Banco do Brasil, que já recebe jovens de escolas públicas, mas cujo número Queiroz quer ver ampliado, e mais uma quinta agremiação receberiam o projeto, segundo o ministério, que propiciaria o transporte da periferia para os clubes e também o retorno.
O projeto gradativamente seria levado para outros núcleos.
O Ministério do Esporte confirma a ampliação de convênios.
"Já trabalhamos em parceria com o Sesi e Sesc e agora com o Exército no Forças no Esporte. Com os clubes sociais, formaremos uma rede de atendimento para jovens em situação de risco social", analisa Orlando Silva, que assume hoje oficialmente o cargo de secretário nacional de Esporte Educacional do ministério. "Mas não é só pela questão da economia que as parcerias são boas, é que isso proporciona maior alcance dos projetos", disfarça.
No caso do Forças no Esporte, este tem apenas uma unidade em atividade atualmente, no Rio, mas esse número será elevado para cinco até o fim do semestre.
Outro convênio planejado para ser lançado em parceria, desta vez com o Ministério da Justiça, é o Cidade de Deus, que funcionaria na zona oeste do Rio, que inspirou o filme de grande bilheteria.
O projeto nasceu da experiência dos detentos que fazem bolas.
A população produziria bolas e outros aparelhos, que depois seriam distribuídos entre crianças e jovens daquela região, beneficiando duplamente a comunidade.
Além disso, o ministério planeja modificar ou potencializar convênios já existentes. Um deles é o Segundo Tempo, que substituirá o Esporte na Escola, e que deve entrar em ação no início do segundo semestre, inicialmente em Goiás e Santa Catarina. Além do Ministério da Educação, que já era parceiro do Esporte, há a possibilidade de um terceiro ministério se envolver, o do Trabalho, com o fornecimento de bolsas para estagiários que trabalhassem no projeto.
O ministério também lança seus olhares na direção de estatais que poderiam propiciar patrocínio e negocia para a Petrobras tomar parte do projeto Navegar.
A pasta de Queiroz passou a enfrentar problemas financeiros após o contingenciamento de verbas que atingiu os ministérios e que fez o orçamento do Esporte para este ano encolher 88,34%.
Por causa disso, o ministério, que tinha uma verba de R$ 369,6 milhões, passou a contar com R$ 43,1 milhões. Um dos últimos efeitos desse corte foi o adiamento dos Jogos da Juventude, que, previstos para o mês de junho, teriam o custo de R$ 7 milhões.


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